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Governo sem governador

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Na última terça-feira (26) aconteceu o tradicional Dia do Serrano. O evento é marcado pela transferência da capital para o município da Serra. Na Câmara foram prestadas as homenagens a várias personalidades, e entre outras estiveram presentes autoridades políticas e do judiciário. Mas o que chamou a atenção foram as ausências do governador do Estado, Paulo Hartung (PMDB) e do vice, César Colnago (PSDB). Além do desprestígio, lideranças da Serra ficaram na dúvida: Se a Serra virou capital do ES por um dia, como ficou o governo estadual uma vez que nem o governador e nem o vice estiveram presentes?

Desprestígio básico

Outras ausências que foram destacadas nos corredores da Câmara, foi a do ex-prefeito e deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) e do Secretário de Estado Vandinho Leite (PSDB). Já entre as personalidades de maior destaque que estiveram presentes, está o Chefe de Gabinete de Hartung, Paulo Roberto Ferreira; o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso; o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), Aníbal de Rezende Lima; o Conselheiro do Tribunal de Contas, Sérgio Borges; os deputados federais Carlos Manato (SD) e Givaldo Vieira (PT) e os estaduais Bruno Lamas (PSB) e Jamir Malini (PP).

 Capital capixaba?

Entre os discursos, alguns chamaram muita atenção. A exemplo do presidente do TRE-ES Aníbal Rezende, que chamou a Serra de “Atenas capixaba”, devido a “tradição cultural e tradição de civismo”. Já o deputado federal, Carlos Manato, que já teve domicilio eleitoral na Serra, enalteceu a cidade e afirmou que o município “mais populoso e que mais produz no Estado, já poderia se tronar a capital definitiva do ES” e que a Serra deveria “pegar um pedaço maior da fatia” referindo-se a distribuição tributária entre os municípios capixabas. O conselheiro Sérgio Borges seguiu pelo mesmo caminho das palavras de Manato e também lembrou da figura do ex-prefeito, Motta, como um bastião do desenvolvimento local. Fica a pergunta então: Já que a Serra é a Atenas capixabas e que deveria ser a capital do Estado, porque essas autoridades todas não se mudam pra cá?

Café no bule é vaiado

Controverso foi o discurso do Chefe de Gabinete de Hartung, Paulo Roberto. Todos esperavam que ele explicasse a ausência do governador, porém Paulo Roberto se resumiu a afirmar que “Hartung está em outra agenda”, sem ao menos dizer qual seria essa agenda. Sobre investimentos na Serra, Paulo Roberto lembrou da construção do sistema de abastecimento de Reis Magos e disse que para 2018, o Estado está com “café no bule”, induzindo que haverá mais atenção às obras no município, mas novamente, sem dizer quais obras. Após essa fala, Paulo Roberto foi brevemente vaiado pela galeria.

Ano que vem ele me apoia

Para fechar a sessão, o prefeito Audifax Barcelos (Rede) subiu a tribuna da Câmara e fez um longo discurso. Entre os pontos mais marcantes disse que tem “certeza do apoio do Governo do ES ano que vem”, e sem dizer nomes, pregou mais união dizendo que “precisa dos deputados estaduais e federais da Serra, a eleição acabou e não é hora de olhar para mim (Audifax), e sim para a cidade e para a população”, em um recado claro para o rival, Sérgio Vidigal. Audifax disse ainda que ele “vai sair em 2020 do mesmo jeito que chegou em 2005 (ano do primeiro mandato), com o mesmo patrimônio, porque não tem como aumentar patrimônio com salario de prefeito”, que para muitos, também foi um recado para Vidigal. Aquele típico bate e assopra político.  Nesse caso, assopra e bate.

Guto a todo pano

Quem está bem é o secretário de Serviços da Serra, Guto Lorenzoni (PP). Há algumas semanas, Guto sofreu um AVC isquêmico e foi hospitalizado as pressas no Hospital Metropolitano, e muitos tinham o receio de haver sequelas. Mas ao que parece, Guto está muito bem. Ele esteve presente nos eventos políticos na última terça-feira (26) durante o Dia do Serrano. Compareceu a sessão da Câmara que entregou o título de cidadão serrano e também marcou presença em comemorações nas casas de moradores tradicionais, como do conhecido Cajuza. Guto emagreceu 6 kg, e cravou que não vai arredar o pé da candidatura de federal pela Rede em 2018.

 Audifax governador

É esperado com certa ansiedade o resultado de uma pesquisa eleitoral para saber quais as chances que o prefeito Audifax tem para governador. Segundo consta, a pesquisa é de caráter interno e deve ser muito abrangente e aprofundada. Uma fonte avaliou como estratégica a campanha publicitária que a Prefeitura lançou nos últimos dias de dezembro, nos meios de comunicação, período em que a pesquisa está nas ruas. Segundo aliados do prefeito, até mesmo o Palácio Anchieta e os núcleos do PSB aguardam o resultado da pesquisa, assim como a senadora Rose de Freitas, que vem apostando numa relação estratégica de aliança com Audifax.

Aperto em Bruno

A situação política do deputado Bruno Lamas (PSB) é tida como confortável, mas que demanda atenção. Na prática não pode errar nos próximos passos sob pena de amargar um resultado desfavorável. Cresceu nas últimas semanas as possibilidades dele disputar uma vaga de federal. E a dúvida também seria sobre o partido: PSB ou Rede, que vem pressionando Bruno para se filiar à sigla. Segundo a visão de alguns do meio político, uma possível candidatura a federal poderia ser mais viável, dado a alto número de candidatos a estadual na Serra. E a própria Rede já indicou que deve investir pesado na candidatura da secretária de Turismo, Sandra Gomes, com isso, Bruno teria espaços reduzidos na gestão do prefeito Audifax, já que o prefeito não iria abraçar sua candidatura a estadual.

 Namoro pró-urna

Crescem as chances de uma coligação para federal entre o PDT do deputado Sérgio Vidigal e o PSD do ex-prefeito de Vila Velha, Neucimar Fraga. É uma coligação que enche os olhos de outros partidos e lideranças políticas, pois todos os dois têm grandes chances de ganhar e até mesmo serem os campeões de votos em 2018, arrastando consigo outros candidatos de menor peso. Além disso, ambos Vidigal e Neucimar são cotados para virar secretario de estado ou em 2020, a possibilidade de serem eleitos prefeitos em Serra e Vila Velha, respectivamente. Quem ficar na primeira e segunda suplência pode acabar se dando bem.

 

 

 

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