Hora do voto. Das oito às dezessete horas deste domingo (5), capixabas a partir dos dezesseis anos e cadastrados na Justiça Eleitoral poderão confiar seus votos para eleger um dos trinta deputados da Assembleia Legislativa do Espírito Santo; um dos dez deputados da bancada do Espírito Santo na Câmara Federal; a única vaga de senador da República e seus dois suplentes (mesmo sem saber quem são); o governador e vice; e o presidente (presidenta?) e vice da República Federativa do Brasil.
Garantia do direito ao voto e realização regular de eleições são eventos fundamentais das modernas democracias, pelo mundo afora. No nosso caso, nossa democracia cumpre a nona edição, desde o fim do regime de exceção: 1982, 86, 90, 94, 98, 2002, 06, 10 e agora 2014. Sem contar as eleições de âmbito municipal e a primeira para presidente, em 1989, que aconteceu isolada das demais eleições.
Claro que existem vícios, distorções e até negação da regra democrática, dentro do sistema eleitoral brasileiro. Número excessivo de partidos políticos com baixa identidade programática; profusão de candidatos aos cargos favorecendo a dispersão dos votos; desníveis no acesso ao tempo de propaganda no rádio e tevê; coligações de interesses difusos e meramente eleitorais; candidatos suplentes sem conteúdo político e eleitoral; e outras anomalias que reclamam solução.
Por outro lado, o conjunto das providências tecnológicas e os ajustes e vedações aos brindes e showmícios, além da lei que pune os “ficha-sujas”, elevam a confiança e a legitimidade dos resultados das urnas eletrônicas.
A controvérsia é a obrigatoriedade do comparecimento para votar. Mas, já que tem que ir, aproveita vota, torce, comemora e dá o tom multicolorido da (festa, farra ou farsa) democracia.
Odmar Péricles Nascimento é sociólogo e analista político