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Greenpeace alerta para surto de dengue e malária no vale do rio Doce

Nilo D’ávila percorreu os trechos do rio Doce atingidos pela lama de minério. Foto: Divulgação

Por Bruno Lyra

O coordenador de Campanha da Ong Greenpeace no Brasil, Nilo D’ávila, defendeu o fim da autofiscalização na indústria de mineração no Brasil. Hoje são as próprias mineradores que fazem relatórios periódicos sobre a poluição e outros impactos que geram, incluindo o grau de risco das barragens.

Para Nilo a tragédia da Samarco em Mariana – MG era evitável e um dos desdobramentos negativos, será aumento de doenças ao longo do rio Doce. “É inconcebível que a maior empresa do país, a Vale, e a maior mineradora do mundo, a BHP Billiton, tenham deixado isso acontecer e sequer conseguiram ter um plano de contingência para impedir o deslocamento da lama por uma área tão grande”, critica.

O coordenador disse que o prejuízo à vida marinha será difícil se calcular e talvez só possa ser mensurado ao longo de anos. “Vamos torcer para que as correntes marinhas não joguem a lama sobre o coral de Abrolhos e que a levem para áreas mais profundas do oceano”, frisa.

Nilo disse ainda que a pesca deverá ser duramente atingida, principalmente os pescadores artesanais, já que as empresas tem mais capacidade logística para buscar o pescado em outras regiões do oceano.

Há projeções que indicam que a lama pode atingir uma faixa costeira de 9km de largura até 200m. “Não há condições técnicas de impedir que chegue no mar. Vai prejudicar a reprodução das tartarugas, no mínimo irá reduzir as chances de sobrevivência dos filhotes. O pior é que estamos na época da reprodução desses animais” explica.

No vale do rio Doce a economia e a saúde pública também terão consequências catastróficas de longo prazo. “As indústrias de celulose, Cenibra em MG e Fíbria no ES, não terão água para produzir. A morte dos peixes deve gerar uma superpopulação de insetos – mosquitos e moscas, aumentando a incidência de doenças como malária e dengue”, alerta.

Risco em barragens

E o pesadelo pode ficar ainda pior. A Samarco corre contra o tempo para evitar o rompimento da barragem do Germano e de Santarém, que tiveram suas estruturas abaladas após o desastre na barragem de Fundão, no último dia 05 em Mariana – MG.

A empresa faz obras de reforço nas duas e disse ter ampliado o trabalho de monitoramento. O agravante são as chuvas que começaram a cair com intensidade nos últimos dias na região.     

 

 

 

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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