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Greve dos rodoviários segue sem prazo para terminar

Rodoviários vão realizar uma assembleia as 16h para decidir o futuro da greve que está acontecendo desde a madrugada desta segunda-feira (12).

Garagem da Unimar que fica em Laranjeiras Velha: nenhum ônibus saiu do local. Foto: Gabriel Almeida

A greve dos rodoviários que teve início nesta segunda-feira (12) segue sem previsão para terminar. Enquanto isso, o Governo do Estado está acionando a Justiça para tentar fazer com que a categoria acate a decisão Judicial que determina 75% dos ônibus do Transcol em circulação.

De acordo com o presidente do Sindirodoviários, José Carlos Salles, nenhum ônibus está circulando nas ruas desde a madrugada desta segunda. Ele afirmou ao TEMPO NOVO que o sindicato recebeu a decisão judicial na tarde do último domingo (11), mas foi uma decisão da categoria aderir a paralisação.

“Não tem nenhum ônibus circulando. A categoria aderiu ao movimento. Recebemos a decisão e nosso papel é obedecer, mas a categoria decidiu aderir ao movimento. Estamos apenas orientando”, afirma.

Está marcada para as 16h desta segunda-feira (12), uma assembleia onde a categoria vai decidir o futuro da greve. 

Em nota enviada ao TEMPO NOVO, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Semobi), disse que realizou mais um reunião com representantes da categoria na manhã desta segunda-feira e reforçou o compromisso assumido com a categoria  de que não haverá demissão de nenhum profissional  em função  da implantação dos novos coletivos.

Disse ainda que está aguardando o resultado da assembleia prevista para hoje a tarde e “apela para o bom senso da categoria para que a população  não  seja prejudicada”.

Governo quer multa de R$ 100 mil

O Governo do Estado ainda acionou a Justiça mais uma vez para que seja aplicada a multa de R$ 100 mil contra o Sindirodoviários. No último sábado (10), a Justiça expediu uma decisão para que pelo menos 75% da frota operasse durante a paralisação dos rodoviários, com previsão de multa  em caso de descumprimento.

Motivo da greve

A ameaça de greve já tinha sido anunciada na terça-feira (6) passada, mas o sindicato não tinha definido um dia para a greve acontecer. O motivo da manifestação é a implantação dos novos ônibus do Transcol que terão ar-condicionado, mas não haverá cabine para os cobradores.

Apesar do Governo do Estado afirmar que não haverá nenhuma demissão por conta dos novos coletivos, o Sindirodoviários diz que serão quatro mil postos de trabalho eliminados com a mudança.

Na tarde da última sexta-feira (9), através do seu perfil oficial do Facebook, o Sindirodoviários publicou um comunicado informando sobre a greve. “Sem cobrador não roda. Vamos parar tudo”, afirma os rodoviários na imagem publicada.

Em junho, o Governo do Estado anunciou os novos ônibus com ar-condicionado e sem a cabine dos cobradores, até o momento, foram entregues 20 destes novos veículos, mas nenhum deles está em circulação. Nesta sexta-feira (9), o Estado anunciou que os coletivos vão começar a circular na segunda-feira (12). 

Ainda em junho, após a entrega dos ônibus, o Sindirodoviários já tinha prometido uma greve contra a mudança, o que até agora não se concretizou. De acordo com o sindicato, a mudança do Governo do Estado irá desempregar cerca de quatro mil trabalhadores.

Vale destacar que o Sindirodoviários fez três manifestações em junho, mas a circulação dos coletivos não foi prejudicada. Os protestos foram realizados na Avenida Vitória, na capital capixaba.

“Estado já está comprometido para manter os empregos”, diz Semobi

A Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), classificou o movimento dos rodoviários como “injustificável”. Por meio de nota, disse que a paralisação é “uma ação despropositada  por parte de alguns dirigentes sindicais” e que a população não pode ser prejudicada mais uma vez por conta de um “movimento injustificável”.

A secretaria ainda garantiu que “não haverá demissões”. O órgão informou que o Governo do Estado já está comprometido em atuar junto as empresas para manter o empregos de todos os trabalhadores do sistema. “A Semobi esclarece que não haverá demissão por conta dos novos coletivos e que vem realizando reuniões semanais com a categoria. A secretaria destaca ainda que a cobrança exclusivamente por meio do CartãoGV visa trazer mais agilidade no embarque e mais segurança, já que retira o dinheiro do ônibus, além da possibilidade de integração”, disse por meio de nota. 

A Semobi ainda informou em razão da implantação do CartãoGV, haverá maior oferta de emprego no Sistema. “Isso vai permitir que os profissionais que atuam como cobradores atualmente dentro coletivos passem a exercer novas funções, até mesmo fora dos coletivos. As empresas operadoras vão incentivar os funcionários para que participem de cursos de requalificação, por meio de parcerias com o Sest Senat, para aprimoramento profissional e aperfeiçoamento para novas atividades como motorista, mecânico, eletricista, entre outros”. 

Novos ônibus

Os coletivos com ar-condicionado que foram lançados no mês passado não terão a cabine para os cobradores. Com isso, somente passageiros que tiverem o cartão de bilhetagem eletrônica poderão utilizar os novos ônibus, já que não será permitido o pagamento da tarifa em dinheiro.

No dia 26 de junho, o governador Renato Casagrande, juntamente com o secretário de Estado dos Transportes e Obras Públicas, Fábio Damasceno, e o diretor-presidente da Ceturb-ES, Raphael Trés, apresentaram os novos coletivos e entregaram 20 ônibus. A previsão é que até o final do ano sejam 100 ônibus com ar-condicionado.

Os coletivos iniciais irão operar nas linhas troncais – que fazem a viagem de terminal a terminal – e a meta é que até 2022 sejam 600 ônibus com ar-condicionado. O Governo do Estado ainda não divulgou quais a linhas serão contempladas com a novidade.

Os ônibus com ar-condicionado, assim como a implantação de wi-fi nos coletivos, faz parte do pacote de medidas que Casagrande prometeu no início do ano como a “recuperação do sistema” Transcol, que é alvo de muitas reclamações por parte dos capixabas que precisam utilizar o transporte público para se locomoverem: calor, insegurança e superlotação são algumas das queixas dos usuários.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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