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Guarda civil

Sabe-se que a violência se manifesta de diversas maneiras. O homicídio talvez seja a forma mais impactante, mas avaliar a criação de um instrumento de enfrentamento à violência apenas analisando um índice talvez não seja a melhor opção. Os dados do município de Vitória entre 2003 e 2009, assim, podem ser facilmente questionados sobre a efetividade da guarda civil na capital.

Vamos então nos concentrar em outro argumento dos que já foram apresentados: os gastos comparativos e o cenário financeiro brasileiro e, em especial, o do município da Serra. Verificando o orçamento de 2014 da Prefeitura, disponibilizado no site da própria Instituição, é possível observar gastos previstos com segurança pública na ordem de R$ 3 milhões – e esse valor certamente está subdimensionado, se considerarmos a função dos gastos/investimentos. Com a criação das 170 vagas previstas recentemente para a guarda civil municipal esse volume de recursos aumentará significativamente. Só para se ter uma ideia comparativa, o previsto para 2014 foi quase três vezes mais que o gasto previsto para saneamento básico – orçados em R$ 1,2 milhão – e cerca de 13 vezes mais que o gasto com Ciência e Tecnologia – orçado em R$ 230 mil ano passado (todos extraídos do relatório de previsão de gasto por função). Por isso, em muitos casos opta-se por investimentos em inteligência e tecnologia ao invés da criação da guarda, que pelo já mencionado problema do porte de armas e do alto custo de treinamento, ficariam a cargo do Governo do Estado com as Polícias Civil e Militar. E diga-se de passagem, por sinal, tem dado demonstrações de eficiência, já que ano após ano desde 2009 vem diminuindo o número de homicídios, com ações conjuntas entre ações sociais e reestruturação de setores de inteligência das polícias.

Parece ponto pacífico que a guarda civil na Serra contribuirá para a sensação de segurança da população, item relevante na análise de políticas públicas de defesa social. Certo também é que algumas experiências apresentam mais êxito que outras e temos plenas condições de buscar alternativas que multipliquem os resultados positivos diante de recursos escassos. O que é premente é equacionar a expectativa da população em relação à atuação de uma guarda civil municipal, dado o contexto do município da Serra. É preciso bastante sensatez, por parte de todos – Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como por parte da sociedade civil organizada (Associação Municipal do Orçamento, Igrejas, Empresários, etc.) – para fazer um debate maduro sobre que Serra queremos dentro das perspectivas financeiras que temos.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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