O Movimento Popular da Serra viveu dias de auge entre o final da década de 80 e início de 90. Um das ações pioneiras no ES, foi desenvolver o Orçamento Participativo, que é uma forma democrática de ratear o investimento público para os bairros da cidade, com a participação ativa da população.
Há alguns anos, o Movimento Popular vem apresentando sinais de desgaste; entretanto, um líder comunitário vem se destacando pelo poder de aglutinar as diversas forças comunitárias para resgatar a moral e credibilidade de um movimento autêntico e legítimo. Seu nome é Guilherme Lima, morador de Manguinhos.
No último dia 10, lideranças do movimento popular o reconduziram para a função de Coordenador-Geral da Assembleia Municipal do Orçamento (AMO), que é a instituição responsável pela articulação do Orçamento Participativo. Guilherme quer dedicar esse mandato para dar uma guinada tecnológica no movimento popular no sentido de democratizá-lo ainda mais.
O mandato é de 3 anos. A executiva da AMO é eleita pelos delegados escolhidos nos bairros. Cada bairro encaminha 3 delegados titulares e 3 suplentes, exclusivos da assembleia. Vale lembrar que os 23 vereadores e os próprios membros da Federação são delegados natos. O TEMPO NOVO conversou com o Coordenador-Geral reeleito. Confira:
Como foi o processo de escolha do seu nome para eleição da nova diretoria da AMO?
É a segunda vez que sou reeleito, com chapa única. Isso mostra a credibilidade que nós temos dentro do movimento popular e a confiança empregada pelos nossos pares para que não houvesse outra chapa. Estamos com uma perspectiva muito boa.
Como garantir os avanços necessários no momento delicado que o país e a Serra atravessam?
Sabemos que o momento pandêmico é muito difícil para a cidade e que não podemos cobrar novos investimentos. Mas a gente pode, pelo menos, repactuar o que foi estabelecido na cidade, em relação a obras e serviços.
Quais são as propostas que vai defender neste novo mandato?
A AMO vem com dois projetos importantes para o movimento popular. O primeiro chama-se ‘Mutirão do Bem’, quando vamos a uma obra do Orçamento Participativo ou uma praça do bairro, junto com o presidente da comunidade, para reformar aquela ferramenta pública, através de mutirão da comunidade. Outro projeto que a AMO está encabeçando é ‘AMO Visita’, feito por meio de visitas que fazemos aos bairros, com o intuito de ajudar os presidentes naquilo que estão precisando, nas suas necessidades, fazendo intermédio com a prefeitura.
Quais são os maiores desafios da Assembleia Municipal do Orçamento?
Estamos cansados de ir para as comunidades, mobilizar as comunidades para ir à associação de moradores, e a obra não acontecer. Isso é muito frustrante. Sabemos que a pandemia atingiu drasticamente o município, e o poder de investimento não será tão alto. Mas o maior desafio a ser conquistado neste mandato é criar uma plataforma digital, para democratizar e ampliar a participação da sociedade.
Em relação ao Orçamento Participativo, é possível reinventar os debates?
Estamos muito esperançosos neste novo mandato. Esperamos poder trabalhar com um novo modelo de Orçamento Participativo, que seja mais democrático. Tivemos algumas reuniões com o prefeito da cidade, ele já sinalizou que vamos ter uma plataforma digital. Vamos usar a tecnologia e a informação para democratizar mais as escolhas das obras prioritárias dentro do orçamento. Usar a tecnologia em nosso benefício. Estamos muito satisfeitos e felizes com o que planejamos para os próximos 3 anos.
Coordenação geral da AMO:
Presidente: Guilherme Lima
1° Vice Presidente: Rubens Pereira
2° Vice Presidente: Anacleto Ramos
1° Secretario: Danilo Matos
2° Secretario: Alberto Alvarenga