Categories: Mestre Álvaro

Hartung e o fantasma da folha de pagamento

Por Yuri Scardini

“A Serra é âncora da economia capixaba. Se ela vender a folha pode ‘abrir a porteira’ e gerar um efeito manada”.

Recentemente o Governo Federal anunciou a venda da folha de pagamento dos servidores da União. Ou seja, a partir de fevereiro de 2016, os bancos escolhidos terão que pagar 1,03% do valor líquido depositado em cada conta dos servidores. Com isso se espera arrecadar R$ 1 bilhão por ano.

No meio do ano, a prefeitura de Campinas vendeu ao Bradesco por R$ 64 milhões os direitos da folha de pagamento dos seus servidores.  Um negócio bom para os bancos, pois ficam com o dinheiro aplicado um ou dois dias antes de fazer o repasse, além do fato de que os servidores acabam abrindo conta na instituição bancária.

Também é um bom jogo para os governos municipais, na medida em que ganham nova fonte de arrecadação num cenário difícil. Aqui no ES, esse tipo de atitude é emblemática. Caso as prefeituras adotem em massa a prática, o Banestes ficará em situação desfavorável. Isso porque o banco estadual é quem faz praticamente todo o gerenciamento das folhas de pagamento dos servidores públicos municipais.

Se os prefeitos venderem a folha, o Banestes perde competitividade. E pode até terminar privatizado, a exemplo dos primos BANERJ, no Rio de Janeiro, e BANESPA, em São Paulo, ambos vendidos no início dos anos 2000.

Até agora dois gestores capixabas iniciaram o processo para a venda da folha de seus municípios: Neto Barros, de Baixo Gandu, e Orly Gomes, de Guarapari. O que ainda segura outros prefeitos é o receio de contrair a ira de Hartung, que vai a todo custo tentar proteger o Banestes.

Na Serra, Audifax tem reclamado da falta de repasses dos convênios estaduais e já pensa em vender a folha. Interlocutores próximos ao prefeito relataram que PH já chamou Barcelos para conversar, e Audifax estaria disposto a recuar, caso receba convênios atrasados do Estado.

A Serra é âncora da economia capixaba. Se ela vender a folha pode ‘abrir a porteira’ e gerar um efeito manada. Por isso Hartung terá que mostrar habilidade para convencer os prefeitos a não adotar a medida e, ao mesmo tempo, acudir financeiramente as cidades.

 

 

 

 

 

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

Últimas postagens

Banda Marcial Manoel Carlos de Miranda retorna com agenda cheia em 2025

A Banda Marcial Manoel Carlos de Miranda foi fundada em abril de 2010 pelo maestro Jefferson Souza e conta atualmente…

3 horas atrás

Estado abre concurso público com 1.600 vagas de nível médio e salários de R$ 5 mil

O Governo do Estado abriu concurso público com 1.600 vagas de nível médio e salários de R$ 5 mil. Crédito:…

3 horas atrás

Peça ‘Alice no País das Maravilhas’ chega a shopping da Serra neste domingo e de graça

A peça Alice no País das Maravilhas será encenada neste domingo (23) no Shopping Mestre Álvaro, em Eurico Salles, na…

4 horas atrás

Você já ouviu falar sobre sarna de ouvido em gato? Entenda

O diagnóstico da sarna de ouvido no gato é feito através do exame físico e visual das orelhas, coleta da…

4 horas atrás

Maior exportadora do Brasil: Serra lidera mercado bilionário de rochas ornamentais

Fundada por Jonas Zucchi em 1994, a Zucchi se tornou uma das maiores do setor na Serra. Crédito: divulgação. A…

5 horas atrás

Comunicado – 19/03/2025

publicidade legal - 19-03-2025Baixar

5 horas atrás