Por Bruno Lyra / Vison Vieira Jr.
A represa da hidrelétrica de Rio Bonito, em Santa Maria de Jetibá, já está armazenando água para tentar evitar o colapso no abastecimento de água na Serra, zona norte de Vitória, parte de Cariacica e Praia Grande, em Fundão, nos próximos meses que tradicionalmente são mais secos.
A informação é do diretor da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Robson Monteiro. Segundo ele, a EDP Escelsa, proprietária da hidrelétrica, já não está liberando um volume de água maior para girar as turbinas visando reservar o líquido.
Segundo Robson, a represa tem capacidade para armazenar até 28 bilhões de litros. “Com as chuvas dos últimos dias já estamos com cerca de 60% dessa capacidade. Mas nesta época do ano era para estar acima de 90%. A vazão do rio Santa Maria na captação, no município da Serra, segue baixa. Algo em torno de 2,8 mil litros por segundo”, detalha.
O diretor disse que é essa a quantidade de água que a Cesan capta atualmente e que por conta da crise hídrica teve que reduzir o volume de água para o complexo de Tubarão (Vale e ArcelorMittal), que normalmente consomem 1,2 mil litros por segundo do Santa Maria. A represa de Rio Bonito fica na parte alta da bacia do Santa Maria.
O colapso no rio Santa Maria fez o município da Serra pedir à Cesan que agilize o projeto para captar água do rio Reis Magos. De acordo com Jolhiomar Massariol, da Coordenadoria de Governo da Serra, o pedido foi feito pelo prefeito Audifax Barcelos (PSB) em fevereiro, e o projeto já estaria bem adiantado. O uso do Reis Magos já estava previsto para acontecer até 2020, mas Audifax quer a antecipação.
A Cesan, por meio de sua assessoria, disse que o projeto ainda está em fase de elaboração e não estipulou um prazo para a conclusão dos estudos. Por conseguinte, também não deu previsão de quando o Reis Magos poderá reforçar o abastecimento da cidade. Apenas informou que mais detalhes sobre o assunto serão divulgados posteriormente, após a conclusão dos trabalhos.
Mas o empresário e produtor rural do município, João Falqueto, alerta que além de ter um volume d´água modesto, o Reis Magos sofre influência do mar, deixando suas águas salobras até a confluência entre os rios Timbuí e Fundão, seus formadores.