Clarice Poltronieri
Para a geração da tecnologia, ouvir música é algo fácil e gratuito. Basta um celular ou um computador para baixar um aplicativo e pronto… dá para criar as mais extensas playlists e armazenar num objeto minúsculo como cartão de memória ou pendrive. Mas para as gerações anteriores isso não era tarefa fácil, muito menos barata.
Irani Batista, de 49 anos, moradora de Manguinhos, veio do interior de Minas e se lembra bem como era difícil ouvir uma música. “Na infância ouvíamos música na rua, nas rádios comunitárias. Depois, meu pai teve um rádio a pilha e uma vitrola, daquelas que você põe o disco e dá corda a manivela para o LP girar. Já adulta comprei um som elétrico, onde ouvia vinil e fitas cassete. Ouvi muito Roberto Carlos, Vanderléia, Amado Batista. Depois tive um aparelho com CD e hoje, quando quero ouvir música, coloco um CD no computador. Mas não sei usar as novas tecnologias, como faz meu filho de 20 anos”, relata.
Também da geração do ‘bolachão’, apelido do disco de vinil, Kerley Silva Araújo, 41, de Castelândia, tem boas memórias da geração de 80.
“Sou da geração dos toca-discos e toca-fitas. Na infância ouvia discos do Balão Mágico, Xuxa, Menudo, Dominó. Na adolescência, ganhei um walkman – aparelho portátil para ouvir música no fone em fitas cassete, algo semelhante ao celular e MP3 – e ouvia Roupa Nova, Kid Abelha, RPM. Depois veio a onda do CD e ganhei um discman – aparelho portátil para CD. Mas sei que era difícil e caro ouvir música. Esperava ansiosa para comprar CD’s na Laser Discos, tradicional loja em Vitória. E me lembro bem que para ouvir música no discman quando estávamos no carro, precisava colocar um travesseiro no colo, senão a música pulava”, relembra.
Mas agora faz uso das tecnologias para manter o hábito de ouvir música. “Raramente ouço um rádio no carro. Em geral, uso o pen drive onde gravo músicas em MP3, e também ouço músicas no computador, no celular ou na televisão, às vezes pelo YouTube”, detalha.
E até os mais jovens se lembram de outras tecnologias. Igor Meireles, 25, de Laranjeiras é um deles. “Cheguei a usar discman e era caro comprar um CD. Hoje é mais fácil e muito mais barato ouvir música e tem muitos aplicativos com músicas gratuitas, que dão mais acesso, principalmente no celular”, frisa.
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