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Hospital Materno Infantil contra Covid; telemedicina até o fim do ano; zerar fila da catarata em março

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Secretária conversou com o Tempo Novo. Foto: Ana Paula Bonelli | Jornal Tempo Novo

O município da Serra detém a segunda maior estrutura em saúde pública do Espírito Santo, perdendo apenas para o Governo do Estado. Ao todo são 101 equipamentos de saúde, dos quais contabilizam quatro dezenas de Unidades Básicas de Saúde e três Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s). Quem foi designada pelo prefeito Sérgio Vidigal (PDT) para comandar a linha de frente desse arranjo de Saúde, é a enfermeira e gestora pública Sheila Cruz.

A reportagem do Jornal TEMPO NOVO esteve no gabinete da secretária em plena terça-feira (16) de carnaval. De acordo com ela a determinação de não ter ponto facultativo na Prefeitura neste período carnavalesco é um recado para a população, especialmente para aqueles que insistem em furar os protocolos sanitários.

Nessa entrevista dividida em duas partes (confira a parte 1) Sheila Cruz fala sobre os processos de digitalização dos serviços de saúde pública; cita as iniciativas voltadas a telemedicina que devem ser implantadas até o final do ano; esclarece as negociações que vem sendo feitas junto ao Governo do Estado para utilização do Hospital Materno Infantil com a finalidade de atender pacientes de covid-19; entre outros assuntos, defende também as iniciativas público-privadas na gestão da Saúde.

A pandemia acelerou alguns processos em relação a telemedicina, A Prefeitura está atenta a isso?

Com a pandemia os conselhos de medicina começaram a autorizar o uso da telemedicina. Pelo atendimento online já estamos organizando algumas ferramentas para começar a fazer piloto de telemedicina na Serra. O WhatsApp não é uma ferramenta adequada para isso; estamos estudando uma plataforma própria para disponibilizar aos médicos e a população.


“Ou seja, se houver um número excedente de casos de Covid, o Estado vai organizar pacientes para o Hospital Materno Infantil”


Tem estimativa de prazo para essa ferramenta começar a funcionar?

Este ano o nosso foco é a campanha contra o coronavírus. Mas temos um grupo discutindo a telemedicina para ver se até o final do ano fazemos alguma ação concreta nesse sentido. Telemedicina é diferente do teleatendimento de Home-office, que é o atendimento onde o médico que está no domicílio.

Outro ponto importante neste momento é o processo de estadualização do hospital Materno Infantil. Hoje é já é de responsabilidade do Governo do Estado?

Ele é do Estado. O município da Serra cedeu aquela estrutura para o Estado fazer a gestão. Então, ele tem um perfil, que é um hospital materno. O que aconteceu é que, em virtude da epidemia, houve uma preocupação do Estado em ter um incremento em termos de estrutura, especialmente depois do Natal, ano novo e carnaval. Ou seja, se houver um número excedente de casos de Covid, o Estado vai organizar pacientes para lá; uma adaptação para atendimento de Covid. Isso está em diálogo com o Estado frequentemente porque a pandemia está em curso; ali já temos leitos preparados, estruturados para poder utilizar.

Acredita que isso vai chegar a acontecer?

Tem sido feita por parte do Estado uma adaptação; já está em curso. Não posso falar uma previsão porque esse cronograma é com eles. Mas fazemos reuniões periódicas com eles também em relação a isso.

Existe algum calendário para a digitalização da saúde no município? Especialmente para serviços diretos à população, como agendamento online de consultas, por exemplo…

O prefeito já estipulou o prazo de até 2023 para todos os processos serem informatizados e os serviços de saúde vão acompanhar esse prazo. Montamos uma equipe de TI, juntamente com os especialistas da saúde. O foco neste primeiro momento é fazer o agendamento online para a campanha de vacinação. Mas já estamos desenvolvendo, por exemplo, agendamento online de consultas e a questão do prontuário eletrônico, entre outros. Já temos o sistema do E-SUS, que é um Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), do Ministério da Saúde. Vamos otimizar essa ferramenta com as outras tecnologias que estão sendo construídas para ir modernizando a rede de saúde.

Outro debate que movimenta a Saúde da Serra é sobre as organizações sociais na gestão. Essa tendência vai ser ampliada?

Em relação à parceria público-privada, o desejo da gestão é manter as parcerias. A Hoje a temos na UPA Carapina e na UPA Castelândia. É uma gestão compartilhada; a gente passa o recurso e monitora; tem um plano de trabalho, com indicadores, com métrica, produção que eles precisam cumprir qualitativamente, quantitativamente.

Então a tendência de parceria público privada na Saúde vai ser mantida…

Então essa é a ideia, e eu acho que a parceria público-privada vem contribuir. Tem alguns serviços que a gente já faz a parceria público-privada e funciona, como a recepção, portaria e jardinagem. Mas funciona se a gente tiver um bom gestor do contrato, um bom fiscal do contrato, onde a gente possa ter mecanismos de controle, de regulação desses serviços, protocolos, fluxos bem estabelecidos; a gente vai aprimorando o sistema.

O custo de um paciente em uma UPA gerida por OS é mais baixo?

Não deveria ser maior, porque esse paciente tem um custo, sendo a administração direta ou não. O que muda é a rapidez que a OS tem em contratar pessoas, em comprar isumos. Então é só a agilidade nos processos. Mas o custo tem que se manter em equilíbrio com a administração direta.

Sobre especialidades, sabendo que é responsabilidade do Governo do Estado e que a demanda do município é crescente. Existe algum planejamento no sentido de fluir esses pacientes a contento?

Nesse momento a gente está buscando fazer um diagnóstico dessa fila, rever esta fila novamente, e a gente tem buscado algumas parcerias com o Governo do Estado para dar maior agilidade; podemos fazer a programação de mutirão também para ter um acesso mais rápido. Estamos com perspectiva de tentar zerar até março a fila da catarata. São filas que nos preocupam e que a gente está tentando.

Qual é a principal fila hoje?

Oftalmologia. Por isso a gente está revendo como a gente vai tratar essa fila, se vai credenciar algum serviço; a telemedicina é algo que agiliza, pode ajudar. Então são ações que a gente ainda está modelando para começar a executar ainda esse ano.

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