A Igreja dos Reis Magos, em Nova Almeida, Serra, e seu anexo, a antiga residência dos Jesuítas, bens culturais importantes do Espírito Santo, ganharam projeto de restauro e readequação, tornando-se um dos únicos monumentos capixabas remanescentes do século XVII a serem usados como espaço cultural, turístico e devocional. Tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), está entre os principais símbolos da presença jesuíta no Brasil.
A inauguração das obras de restauro e readequação dos espaços acontece nesta quarta-feira (26), às 10h30, na Igreja de Reis Magos.
A obra representa um investimento de R$ 10 milhões, com patrocínios do Instituto Cultural Vale, do BNDES e da EDP, além de apoio da Biancogres, todos através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do edital Resgatando a História, do BNDES.
Com duração de dois anos, o projeto de restauro foi baseado em estudos históricos, arquitetônicos e arqueológicos. O monumento, antiga missão Jesuítica, recebeu novo uso com a implantação de um museu interpretativo, além de restauros das imagens, paredes, quadro, esquadrias, piso e madeiramentos do telhado.
O projeto incluiu, ainda, café, loja, acervo de artistas capixabas, galeria para exposições temporárias, ações educativas e capacitação dos artesões para produção dos produtos para a loja. Passou a contar, também, com acessibilidade, placas de sinalização e conteúdos traduzidos para inglês e espanhol. O trabalho de museologia e expografia deixou-o interpretativo, com papel educativo e de entretenimento.
Planejado para dar ao monumento uma linguagem nova e mais comunicativa, o Centro de Interpretação Aldeia de Reis Magos na Serra permitirá ao público conhecer melhor a história dos jesuítas no Espírito Santo e suas missões pelo Brasil. A igreja se tornou uma verdadeira imersão histórica e de fé, com descobertas artísticas da época da missão e novo mobiliário litúrgico.
A solenidade de inauguração das obras de restauro e readequação do Centro de Interpretação Aldeia de Reis Magos, no dia 26 de junho, contará com a presença de autoridades, convidados, imprensa e pessoas da comunidade. Todos os principais atores envolvidos destacaram a importância do projeto para a história e a cultura capixabas.
O Prefeito da Serra, Sérgio Vidigal, destacou a entrega à população da Serra desse importante equipamento que faz parte da identidade da nossa cidade. “O Centro de Interpretação na Aldeia dos Reis Magos vai contar a verdadeira história da Igreja, localizada em Nova Almeida, e do circuito jesuítico do nosso país, que passa por aqui. Para nós, serranos, é uma alegria muito grande ter na Serra um instrumento rico em história, arte e cultura, sendo este uma peça fundamental que eleva a nossa qualificação e representatividade no turismo histórico religioso”.
A presidente do Instituto Modus Vivendi e responsável pelo trabalho de restauro dos monumentos, Erika Kunkel, destacou que o Centro de Interpretação Aldeia de Reis Magos, com sua riqueza arquitetônica e conteúdo histórico, promete encantar e surpreender os visitantes. “Este investimento trará resultados muito positivos para o município da Serra e para o Espírito Santo, atraindo um número ainda maior de fiéis e turistas interessados na historiografia da localidade”. Segundo Erika, o projeto transformará a história da região, gerando um efeito exponencial na visitação e no desenvolvimento local, ao valorizar a identidade cultural, a fé e as memórias de São José de Anchieta.
Resumo histórico
A missão dos Reis Magos começou, provavelmente, em 1580, mas seu estabelecimento foi autorizado em 1585, pelo padre José de Anchieta, superior dos jesuítas no Brasil. Ela esteve sob posse da Companhia de Jesus até 1759, quando a Ordem foi expulsa do Brasil. Nos anos seguintes, foi gerida pelo Estado e chegou a abrigar a Câmara Municipal e outros órgãos públicos.
O Restauro na Serra
A recuperação do valoroso símbolo do Brasil Colônia passou por um trabalho criterioso que envolveu estudos do patrimônio histórico, projetos museográficos e adequações necessárias para o uso contemporâneo do monumento, incluindo a acessibilidade e conteúdos em inglês e espanhol, além de deixar o local seguro com a instalação de equipamentos de segurança interligados à central de guarda da Prefeitura da Serra, e do SPDA, determinado pelo Corpo de Bombeiros.
Todo o espaço museal e a Igreja foram climatizados. No templo, a refrigeração foi feita pelo solo, com grelhas de madeira, quase imperceptíveis, protegendo o monumento de danos à estética. O monumento também se tornou acessível, passando a ter um só nível, as elevações laterais foram retiradas e na antiga residência foram instaladas plataforma elevatória e rampas, além da inclusão de tradutor em libras nos vídeos, de placas táteis e banheiros acessíveis.
Segundo a presidente do Instituto Modus Vivendi, Erika Kunkel, responsável pelo conceito e coordenação do projeto, o restauro respeitou e resgatou as particularidades históricas, construtivas e funcionais da Igreja e da antiga residência de Reis Magos. O trabalho contou com uma equipe multidisciplinar formada por especialistas qualificados, em sua maioria, do Espírito Santo. Assinam os projetos: Prof. Dr. Nelson Porto (projeto de restauro); arquiteto Augusto Pacheco (arquitetura dos espaços modernos); arquiteta Tatiane Zanoni (coordenadora da obra civil); arquiteta Raquel Schneider (adequação litúrgica); designer Jarbas Gomes (design); Prof. Dr. Martinuzzo (roteiro textual); Prof. Dra. Almerinda Lopes (curadoria e museologia); artista plástico Fabrício Coradello (expografia); e Dra. Maria José Cunha (levantamentos históricos), entre outros profissionais.
Sobre o acervo, que contou com a restauração da imaginária de Reis Magos, destacam-se as ricas representações das imagens de Santo Inácio de Loyola, do século XVII, do Menino Jesus e uma imagem de vestir, todas de séculos passados. Também foram produzidas peças como o símbolo jesuítico, elaborado em folha de ouro representando o sol, com a marca e o emblema dos jesuítas, que ficará na entrada do museu.
Um grande destaque do projeto é o quadro restaurado do jesuíta Belchior Paulo, nascido em 1554, Portugal. Ele estudou arte na Universidade de Coimbra, ingressou na Companhia de Jesus em 1572, e veio ao Brasil em 1587, sendo considerado o primeiro artista a fazer este ofício em solo brasileiro. A obra é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 21 de setembro de 1943 e já passou por outras restaurações. Neste último restauro, recebeu tratamento especial para remover camadas de repinturas acumuladas ao longo dos anos, revelando detalhes como o semblante de Nossa Senhora, e uma visão clara dos elementos originais concebidos. No restauro da tela foi utilizada a técnica italiana do tratteggio, com cores puras, materiais de qualidade e durabilidade e a menor intervenção possível na pintura original.
Durante o restauro do monumento foram feitas novas prospecções estratigráficas, que consistem na remoção da camada até chegar à pintura mais antiga, revelando trabalhos artísticos no púlpito, no arco cruzeiro da igreja e em um nicho na entrada. Essas descobertas têm valor imensurável para a história e a arte do Brasil da época colonial.
Outro item importante foi o restauro do retábulo do altar-mor. Entalhado em madeira, de grande valor artístico, ele fica na parte posterior do altar, emoldurando a obra “Adoração dos Reis Magos”, do jesuíta Belchior Paulo. A peça, um dos mais bonitos e autênticos altares jesuítas, possui iconografia intrigante, com duas cobras coroadas, parreiras de uvas, e outros itens que estão explicados no local para que o visitante conheça a arte realizada por mãos indígenas, a partir da orientação de um artista jesuíta. O retábulo, até então visto apenas na madeira, de forma diferente do seu conceito e arte, caracterizando falso artístico, passou a ter elementos em douramento, depois que o estudo apontou vestígios de ouro. O retábulo tinha também policromias, mas nas pesquisas não foram identificadas todas as cores e pigmentos. Por esse motivo, não foi feita a reintegração policromática. Mas, ao chegar perto, é possível visualizar cores antigas. Assim, ele está sendo apresentado como era em 1701, período de sua possível inauguração, embora alguns estudiosos achem que a data poderia ser de uma reforma, já que a norma dos jesuítas era inaugurar as igrejas com o retábulo, onde eram realizadas celebrações eucarísticas.
Seguindo o conceito de sustentabilidade do Instituto Modus Vivendi, foram inseridos no projeto um café e uma loja no monumento. O café, nomeado Café dos Reis, teve localização estratégica, com deck externo e belíssimo piso de ladrilho hidráulico, produzido a mão, lembrando o pôr do sol local. Recebeu, ainda, um quadro de quatro metros em arte Naif, da artista Angela Gomes, e poderá ficar aberto após o fechamento do museu, atraindo turistas e moradores, incentivando que novos estabelecimentos sejam abertos no entorno. O local conta com contêiner com banheiros também acessível para o uso externo.
A Igreja dos Reis Magos passou por criterioso processo de restauro e adaptação litúrgica. Foram restaurados o banco, os objetos litúrgicos, o retábulo, o quadro Adoração dos Reis Magos, do pintor Belchior Paulo, e o púlpito. Respeitando a história e a arquitetura também foram adquiridos mobiliários litúrgicos. A mesa do altar, o ambão, a cadeira da presidência, o tabernáculo para os Santos Óleos e o Santíssimo. As peças foram confeccionadas em madeira macanaíba maciça.
As descobertas das pinturas do arco cruzeiro e do púlpito, dos douramentos do retábulo junto com o quadro restaurado trouxeram a igreja uma beleza imensurável. Sua riqueza histórica se junta com a fé proporcionando experiência imersiva da iconografia cristã e seus mistérios. Foi realizado, também, estudo iconográfico do retábulo além do retorno da frase histórica em latim que existia no arco cruzeiro “Vidimus Stellam Eius in Oriente et venimus adorare eum”, que quer dizer: Vimos a estrela no oriente e viemos adorá-lo. Hoje produzida em folha de ouro.
O Centro de Interpretação Aldeia de Reis Magos foi planejado para dar ao monumento uma linguagem nova, mais comunicativa, que permitirá ao público conhecer melhor a história da passagem dos jesuítas pelo Espírito Santo e dos aldeamentos do Brasil. Desenvolvido para a antiga residência jesuítica de Reis Magos, será educativo, artístico e se manterá fiel à história da passagem dos religiosos da Companhia de Jesus, sem perder a referência das demandas do mundo moderno.
Recepção: espaço de acolhimento, a Recepção traz na entrada a frase de quase cinco séculos, do criador da Companhia de Jesus, Santo Inácio de Loyola: ‘Se pretende consertar o mundo comece por si mesmo”. A mensagem mostra a importância da reflexão, do conhecimento e do respeito a cultura local, presentes no conceito dos Jesuítas. O espaço, com imagens antigas, arte contemporânea e sonoplastia transporta os visitantes para a história, impactando-os logo na chegada. Nesta e na sala seguinte, a do Pertencimento, a sonoplastia se destaca. Após processo de pesquisa, gravação, mixagem e masterização são exibidas três horas de músicas. O repertório reúne músicas sacras do Brasil Colonial, canções tradicionais e orações em tupi-guarani. Santo Inácio de Loyola fundou a Companhia de Jesus em 1540 para levar a palavra de Cristo aos pagãos das terras recém-descobertas e a música foi usada no trabalho com os indígenas.
Sala de Pertencimento: a sala traz o semblante do monumento refletido em pessoas de Nova Almeida por meio de fotos. Em estúdio montado no espaço foram feitas sessões de fotos, pelo fotografo Edson Chagas, incumbido de registrar a expressão de 30 pessoas com vínculo afetivo com o monumento, selecionadas por pesquisa realizada pela coordenadora do projeto e responsável pelo conceito do museu, Erika Kunkel. “Este espaço potencializa o vínculo da comunidade com o monumento, trabalhamos para trazer sua história para o museu, além de fortalecer o pertencimento afetivo com o local. Queremos que os visitantes sintam, por meio das fotos, que o monumento é vivo, passou por gerações e se conecta com o povo”, explica Erika.
Sala da Arte Indígena: será ocupada por elementos que contam a história dos indígenas da região. Reúne objetos arqueológicos encontrados em Reis Magos e em outras aldeias capixabas.
Sala Indígena: em realidade virtual, no espaço, o visitante terá uma experiência de navegação da época da missão, nos séculos XVI e XVII. Ela traz duas canoas com cinco lugares, cada, onde os visitantes se sentam, colocam óculos de realidade virtual e são convidados a fazerem uma viagem no tempo. Em seguida, a sala escurece e uma mulher com voz marcante os apresenta aos indígenas e aos padres jesuítas, os rios e as aldeias do passado, que existiam onde hoje é Nova Almeida. Ao final do texto, ela diz: “Eu sou sua mãe, sua filha, sou a índia e sou o padre, estou em todo o lugar e perto de você, sou o fato e a lenda, sou a hipótese e o registro, EU SOU HISTÓRIA, aquela que sempre continua. Espero que tenham gostado, essa é uma homenagem aos nossos indígenas, nossos jesuítas e para o grande senhor ‘o TEMPO’”.
Espaço do Aldeamento: apresenta as missões jesuíticas, que ocuparam locais onde hoje existem cidades. Em parede de 23 metros, foram colocados nichos com reproduções das fachadas dos principais templos jesuíticos do Brasil. Elas foram confeccionadas pelo artista plástico Bruno Castelo, em terracota, matéria-prima utilizada nas confecções dos templos. Cada obra foi feita à mão, de acordo com a planta original dos templos e seguindo referências arquitetônicas originais e fotografias de cada igreja. Elas representam as missões que o Brasil teve e que séculos depois se tornaram cidades. O local terá uma mesa digital com o mapa do Brasil com marcações dos colégios e residências, das fazendas e das aldeias dos Jesuítas. Nele, os visitantes poderão clicar, localizar e ver que os religiosos foram responsáveis pela origem dessas cidades que estão de Norte a Sul do Brasil.
Sala do Patrimônio Arquitetônico: o espaço educativo traz maquete digital que apresenta a história do local, do início da missão até os dias de hoje. Também ficarão expostos elementos construtivos como uma parede de pau a pique, outra de pedra com ostra e cal, além dos únicos objetos remanescentes da antiga construção da arquitetônica. Num projetor com excelente visibilidade, em oito minutos, será contada a história de Reis Magos.
Sala dos ofícios: apresenta os ofícios dos indígenas, revelando, por exemplo, que em Reis Magos havia a maior produção de algodão entre as aldeias da região. Eles chegaram a produzir tecidos e presenteavam os visitantes com eles. Para ilustrar, foi colocado uma roca de fiar e uma rede em buriti, feita pelas mulheres indígenas, e um tipipi, instrumento onde era extraído o sumo da mandioca. No espaço tem, ainda, projeção de vídeo de uma plantação de algodão, do plantio à colheita, em forma de arte, para que os visitantes tenham a sensação de estarem imersos nela. Completando a imersão, uma obra da artista Kyria Oliveira, remete ao trabalho feito com as mãos.
Banco Casamenteiro: o Centro Interpretativo Aldeia dos Reis Magos também abriga uma lenda urbana. No segundo piso, encontra-se o Banco Casamenteiro, trazido da praça para o monumento. Reza a lenda que, durante visita de Dom Pedro II a Nova Almeida, muitos soldados que acompanhavam o Rei ficaram encantados com as moças da região. Eles namoraram essas jovens no banco, partiram, mas retornaram para se casarem com elas. Os moradores contam que desde então, quem se senta no banco é pedido ou pedida em casamento.
Espaço dos Jesuítas/Santo Inácio de Loyola: na parede do andar superior é contada a história da Companhia de Jesus, ordem religiosa fundada em 1534, liderada por Santo Inácio de Loyola. Tudo começa com a máxima dos Jesuítas: ‘Para a maior Glória de Deus” e finaliza com a imagem restaurada do século XVII, do Santo Inácio de Loyola. Ela fica ao fundo, num nicho feito pelo artista sacro João Rossi. Santo Inácio é exemplo da luta pela fé e pelo conhecimento.
Torre Sineira: pela primeira vez, a Torre Sineira estará aberta à visitação. No espaço há sons e textos interagindo com os visitantes, numa experiência sensorial única. Fones de ouvido estão disponibilizados para reproduzir os sons que os sinos tocavam na época, comunicando à aldeia uma variedade de eventos: dos tons fúnebres e festivos até chamadas para a missa e outros avisos importantes. Naquele tempo, o toque dos sinos era o único meio de comunicação. Ele informava sobre falecimentos, casamentos, visitas de autoridades, incêndio ou tempestade. O espaço conta, ainda, com dois textos, da professora Almerinda Lopes apresentando a Torre Sineira, sua história e importância, e do poeta e filósofo Fernando Pessoa.
Pátio: um dos principais espaços da arquitetura jesuítica, era o Pátio Central que, ao contrário do que acontecia nas outras ordens, não era chamado de claustro por ser aberto a índios e à população em geral, para aulas de catequese e outros ofícios. No Centro de Interpretação, o espaço se manteve como local principal e nele foi instalada imponente obra do escultor Vilar, denominada “O Tempo”. Ela ocupa a parte central do gramado com oito placas de granito e traz, em baixo- relevo, as constelações que orientavam os indígenas nas colheitas, pesca e plantações. A obra representa uma ampulheta moderna, com dois metros de altura. Foi inspirada nos estudos da astronomia sagrada e das coordenadas geográficas do monumento e foram estudadas e certificadas por um Jesuíta do Observatório de Roma, que atestou que o monumento foi projetado para ser um relógio solar, por isso marca as horas com as sombras das colunas no chão.
Sacristia: fica na parte interna do museu para que possa ser visitada durante o dia. Nela as pessoas podem conhecer e apreciar um belíssimo arcaz e uma pia em pedra da época dos religiosos da Companhia de Jesus, entre outros. Nos horários de missa, o espaço será fechado para que o padre possa fazer uso litúrgico do local.
Acervo permanente: em exposição permanente, os monumentos trarão obras dos artistas plásticos capixabas Bruno Salvador, Luciano Feijão, Kyria Oliveira, Rosindo Torres e do renomado artista e professor, José Carlos Vilar. Os trabalhos se somarão à presença, no local, da inestimável obra do primeiro artista plástico do Brasil, o religioso jesuíta Belchior Paulo, que teve sua passagem por Reis Magos em 1596, data em que fez a pintura. A tela de grandes dimensões foi restaurada trazendo, entre outros elementos importantes, o real semblante de Nossa Senhora.
Auditório: o Centro de Interpretação conta com espaço exclusivo para ações educativas, palestras, lançamentos de livros e outros. Ela comporta 30 pessoas sentadas e está sendo entregue com cadeiras e equipamentos de sonorização.
As ações educativas estarão presentes no Centro de Interpretação. Para a coordenadora do projeto, Erika Kunkel, é importante que os capixabas conheçam essa história e que o local passe a ter função educadora.
Igreja de Reis Magos:
Centro de Pertencimento:
Sala dos Indígenas
ENTRADA SOMENTE ACOMPANHADA PELO MONITOR
Valor da entrada:
A partir de agosto, o valor da entrada será de:
Meia-Entrada
Gratuidades:
A obra representa um investimento de R$ 10 milhões, com patrocínios do Instituto Cultural Vale, do BNDES e da EDP, além de apoio da Biancogres, todos através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do edital Resgatando a História, do BNDES.
A diretora da Área Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, afirmou que o projeto de restauro e readequação do Centro de Interpretação Aldeia de Reis Magos, selecionado pelo BNDES no Edital Resgatando a História, evidencia a memória da passagem dos jesuítas no Estado do Espírito Santo, unindo uma criteriosa pesquisa histórica e valorização da relação com a comunidade e com artistas capixabas. “É um equipamento cultural com linguagem moderna e atento à sustentabilidade financeira, que consolida o roteiro turístico ligado ao Museu do Santuário Padre Anchieta, também apoiado pelo BNDES. Ao mesmo tempo em que valoriza o patrimônio cultural brasileiro, demonstra o potencial de contribuição da atividade turística na economia do Estado”, reforçou.
O diretor de ESG da EDP na América do Sul, Dominic Schmal, reforçou o orgulho de contribuir com a restauração de mais um patrimônio cultural do Espírito Santo, em parceria com o BNDES. “Reformar e inaugurar essas instalações icônicas, como é o caso da Igreja dos Reis Magos e da antiga residência dos Jesuítas, é uma maneira de resgatar e preservar a história, permitindo que a sociedade conheça e entenda suas raízes. São iniciativas que reforçam o compromisso da EDP com a transformação da sociedade por meio da educação, arte e cultura”, afirmou.
Para o diretor-presidente do Instituto Cultural Vale, Hugo Barreto, investir na valorização do patrimônio histórico, material e imaterial, é preservar memórias, fortalecer identidades e contribuir para a educação. “O restauro do conjunto arquitetônico dos Reis Magos é uma iniciativa que se conecta à atuação do Instituto Cultural Vale e da Vale para o fortalecimento da cultura do Espírito Santo, ao aproximar a história capixaba das novas gerações, promover atividades de formação, dialogar com artistas locais e, assim, potencializar o desenvolvimento sociocultural”, destaca.
O presidente do Iphan, Leandro Grass, explica que a Igreja e Residência dos Reis Magos, tombadas pelo Iphan em 1943, são patrimônio da União e um dos bens culturais mais importantes do Espírito Santo. “Com recursos da Lei de Incentivo à Cultura, o restauro do bem e a implantação do Centro de Interpretação da Aldeia de Reis Magos tiveram projetos acompanhados pelo Iphan, que hoje celebra esta entrega tão importante para a preservação da nossa cultura”, reforça.
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