Oposição insiste no debate que pode resultar no afastamento da presidente Dilma Rousseff, reeleita presidente da República em 2014
Por Conceição Nascimento
Operação Lava Jato, pedaladas fiscais e crise econômica. Este é o resumo do atual momento pelo qual passa a presidente Dilma Rousseff (PT), que não encontra governabilidade no Congresso Nacional, sustentação popular e, agora, pode perder ainda a estabilidade jurídica. A crise financeira e moral baixou os índices de popularidade do governo a 9%, sinal de alerta para as lideranças políticas mais próximas à petista.
O Tribunal de Contas da União (TCU) já começa a atuar sobre a questão das “pedaladas fiscais”, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa denúncias de doações ilegais para sua campanha à reeleição, em 2014. O momento é delicado e, qualquer movimentação de um desses órgãos, pode oferecer o start para que os adversários do governo petista possam dar início ao processo de impeachment da presidente.
O deputado federal Lelo Coimbra (PMDB) aponta para a gravidade da crise econômica, política e ética. E pondera. “Objetivamente, hoje os elementos para o afastamento seriam a rejeição das contas de 2014 do Governo, pedaladas fiscais e rebatimentos da Lava Jato que podem tornar a presidente ingovernável. Os dois primeiros teremos resultados até agosto; caso não sejam confirmados, só se o terceiro vier com mais robustez. Há muito mal estar, legítimo, com o partido da presidente, o governo dela, o que gera muita espuma e, por si só, ganha mais vida a cada momento. Mas o afastamento embora seja um fato político, necessita de um determinante jurídico”, avaliou o parlamentar.
O deputado Carlos Manato (SD) declarou ser totalmente favorável ao afastamento da presidente Dilma Rousseff. “Este governo já superou, em muito, o que levou o ex-presidente Fernando Collor de Mello ao impeachment”, argumentou.
O deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) alerta que é preciso apurar a fundo estas suspeitas de irregularidades contra a presidente. “O impeachment é um instrumento constitucional, mas trata-se de uma decisão muito séria que não pode ser tomada com base em especulações. É uma decisão que pode penalizar todo o país, por isso sem provas concretas, não vejo ambiente para o impeachment”, disse o pedetista.
Emissários da presidente alertam para a “falta de provas”
Petistas e políticos de partidos da base de apoio ao Governo Dilma alertam para a falta de provas que sustentem a tese de realizar o impeachment. É o caso do deputado federal Helder Salomão (PT), que considera a ideia ‘descabida’.
“A economia mundial passa por um momento de crise e é importante juntar o Brasil para enfrentá-la e não enxergar nisso uma oportunidade para criar dificuldades. Não é com esse tipo de política que vamos dar a volta por cima. A oposição é sempre salutar numa democracia, mas o momento é de união para enfrentar a crise”, disse Salomão.
O vereador da Serra, Gilmar Carlos da Silva (PT), avalia que o debate ultrapassou a esfera política, partindo para o ataque pessoal. “Avalio como certo preconceito contra a fragilidade da mulher presidente. Creio que não haverá impeachment, já que Dilma Rousseff demonstra que está preparada para governar o Brasil”, contou.
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