Um incêndio que atingiu a área da turfa do entorno do Mestre Álvaro, na tarde desta quarta-feira (25), trouxe dor de cabeça para os moradores da região de Solar de Anchieta, na Serra. As chamas eram tão intensas que foi preciso uma equipe do Corpo de Bombeiros para atender a ocorrência e evitar que o fogo chegasse às residências próximas ou se espalhasse pela vegetação.
A principal preocupação da comunidade é a possibilidade do fogo ter adentrado no solo de turfa – o que causaria uma queimada idêntica a ocorrida entre 2015 e 2016, anos de superseca, onde a Serra e até cidades vizinhas sofreram com o odor gerado pela fumaça do incêndio, que é muito difícil de ser controlado.
Ao ser acionado pela reportagem, o Corpo de Bombeiros confirmou o incêndio. Disse ainda que a ocorrência foi registrada por volta das 17 horas, em Solar de Anchieta. “As equipes foram deslocadas e, por volta das 19h30, as chamas foram controladas. Nenhuma residência foi atingida”, diz o texto da nota.
Apesar de ter respondida a demanda, a assessoria de imprensa do órgão não respondeu os questionamentos sobre a área de turfa ter sido atingida e a possibilidade de que isso acarretasse numa situação parecida com a ocorrida em anos anteriores, ou seja, alastramento das chamas no solo de turfa e fumaça infernizando populares.
Felizmente, nesta quinta-feira (26), moradores não relataram fumaça vindo da região, ou seja, possivelmente, o incêndio não deve ter adentrado na vegetação de turfa. Entretanto, é necessário atenção, já que o Estado estava em alerta de baixa umidade, o que poderia intensificar focos de fogo e, inclusive, aumentar os riscos.
O incêndio na turfa é difícil de combater. O solo de turfa é formado por vegetação em decomposição e normalmente fica molhado por se tratar de área brejosa. Mas com a falta de chuva resseca e fica sujeito à combustão, que no caso do entorno do Mestre Álvaro é deflagrada após incêndios, intencionais ou não, na vegetação da superfície ou mesmo em resíduos sólidos descartados de forma irregular.
A combustão na turfa ocorre debaixo da terra e emite muito enxofre, o que agrava problemas respiratórios da população. Os incêndios na turfa viraram problema de saúde pública durante a superseca que atingiu o ES entre 2015 e 2016.
Em 2019, a turfa voltou a pegar fogo e a fumaça também incomodou muitos moradores.
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