Por Bruno Lyra e Anderson Soares
Neste momento o Casarão de Balneário Carapebus está sendo consumido pelo fogo. Segundo o morador do bairro e ativista Iberê Sassi o incêndio pode ter começado de madrugada. Ele diz que acionou o Corpo de Bombeiros às 6hs, mas o caminhão da corporação com uma equipe só teria chegado no local às 9h e desde então seguem trabalhando no combate às chamas.
Iberê dirige o Instituto Goiamun. A ong recebeu nesta semana a doação do imóvel, avaliado em R$ 1,3 milhão, da construtora MRV que está construindo um condomínio de prédios na área vizinha.
“No último domingo flagramos um grupo com cerca de 20 pessoas tentando furtar madeira de qualidade do imóvel. Conseguimos que eles saíssem. Mas desconfio que alguém desse grupo tenha ateado fogo por retaliação”, conta.
Iberê acrescentou que a proposta do Goiamun era de implantar a sede administrativa da Área de Proteção Ambiental (APA) de Praia Mole e restaurar o Casarão para servir de espaço a atividades culturais voltadas a moradores da região.
Como o incêndio ainda não terminou Iberê não tem a exata dimensão do estrago. Mas acredita que a maior parte do imóvel esteja arruinado. Além do Corpo de Bombeiros, homens da Polícia Militar também estão no local.
História
Erguido na década de 1950 com arquitetura alemã, o Casarão tem 54 cômodos distribuídos em quatro pavimentos, elevador com duas saídas, pisos falsos, túneis e outras particularidades que estimularam a criação de lendas entre moradores da região. Uma delas é de que o antigo proprietário seria simpatizante do nazismo.
Outra é de que seria mal assombrado. O fato é que no Plano Diretor Municipal (PDM) o imóvel foi considerado de interesse histórico. Mesmo assim a MRV comprou a área e chegou e destelhou o Casarão, que acabou se deteriorando rápido.
Só anos depois a construtora mineira decidiu doá-lo para o Instituto Goiamun, cuja sede fica nas proximidades.