Clarice Poltronieri
A indústria capixaba registrou queda de -7,8% nos dois primeiros meses do ano, quando comparada ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado nos últimos 12 meses, este é o segundo mês consecutivo que a indústria apresenta recuo, com -0,4%.
Dos quatro setores da indústria de transformação pesquisados pelo IBGE, apenas a indústria de alimentos registrou aumento de 1,5%. Os outros quatro sofreram queda no bimestre, com destaque para celulose (-18,2%), minerais não metálicos (-15,8%), metalurgia (-14,7%) e extrativa (-3,2%).
Os números podem refletir um recuo ainda maior, já que no primeiro bimestre de 2017 – período comparado – a produção industrial foi fortemente atingida pela crise na segurança pública, que ocorreu no mês de fevereiro.
À época, só na Serra houve uma semana do mês em que 80% das indústrias ficaram com as atividades paralisadas. E o então vice-presidente da Federação das Indústrias no Espírito Santo (Findes) na Serra, José Carlos Zanotelli, ressaltou que na cidade R$90 mi deixaram de ser faturados, e com isso os cofres da prefeitura perderam R$6 mi de ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza).
Também surpreende o recuo da metalurgia (-14,7%), que já sofreu grande impacto desde a paralisação da mineradora Samarco, no final de 2015.
Para o 1° vice-presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, José Carlos Zanotelli, apesar do recuo, a economia demonstra reação. “Embora a indústria tenha recuado, o comércio cresceu o que comprova que a economia, embora lentamente, está reagindo. E alguns setores da indústria já demonstram crescimento como alimentos e embalagens. Outros setores também estão aptos pra reagir e com certeza estarão presentes”, aposta.