Moradores de algumas regiões da Serra tem começado a se preocupar com o crescente aumento de infestações de caramujos africanos em suas casas. Atualmente, esses moluscos são considerados uma espécie invasora no país, podendo infectar os seres humanos com algumas doenças, inclusive a meningite.
Introduzido ilegalmente no Brasil nos anos de 1980, como uma alternativa ao escargot, o caramujo africano não teve uma boa aceitação e logo foi descartado, sendo solto nas matas do Brasil. Por ter uma boa reprodução, poucos predadores naturais e boa adaptabilidade ao clima brasileiro, os caracóis se tornaram uma praga agrícola, podendo ser encontrado facilmente em todo país, tanto em zonas rurais como em locais urbanos.
Com o passar dos anos, foi também descoberto que essas espécies carregam um verme capaz de transmitir doenças para os seres humanos através do contato com o molusco.
O primeiro tipo de é a meningite eosinofílica, causada por um verme Angiostrongylus cantonensis, que passa pelo sistema nervoso central, antes de se alojar nos pulmões, o ciclo envolve moluscos e roedores, mas os seres humanos podem entrar neste ciclo. Apesar disso, não há registros de nenhuma caso dessa doença no Brasil.
“Se cair na corrente sanguínea, esse verme pode causar meningite, com rigidez de nuca, com febre alta, etc. Muita das vezes é de difícil diagnóstico, a não ser que a pessoa fale que tenha tido contato com esse molusco”, explicou a infectologista Cileia Martins, ao Jornal Tempo Novo.
A segunda doença é angiostrongilíase abdominal, com casos já registrados no Brasil, mas não transmitidos pelo caramujo africano. Essa doença é assintomática, mas também pode levar a óbito, por perfuração intestinal e peritonite.
Ainda segundo a infectologista, o risco desas doenças transmitidas pelo molusco só ira ocorrer se as pessoas tiverem contato direto com o animal. “O maior risco é o contato direto através das mãos com o molusco, se não tiver esse contato, não teria tantos problemas. O risco maior ocorrer pelo fato das pessoas tocarem nele”, explica.
A especialista explica ainda que jogar algum tipo de veneno no animal pode não ser o suficiente, é preciso incinerá-lo, quebrar a casca dele, para depois ser enterrado.
“É muito importante que se tenham ambientes limpos, pois esses animais dão preferências a ambientes sujos, como lugares de telhas e amontoados de lixos, locais mais comuns desses animais estarem, explica Cileia.
Nesta segunda-feira (20), a Prefeitura da Serra fez um alerta a respeito da infestação dos caracóis no município. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) informou que o acúmulo de água e matéria orgânica nesta época do ano favorece o aumento de pragas e doenças.
Confira a seguir algumas recomendações da Sesa:
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