No mínimo cinco anos para recuperar totalmente a aplicação de mais de R$ 40 milhões que o Instituto de Previdência dos Servidores da Serra (IPS) fez, ainda em 2012, num fundo de investimento que à época já dava sinais de problemas.
O atual presidente do IPS, Alexandre Fernandes Viana, explicou que a aplicação da direção anterior foi temerária, num fundo – Elo – e seu principal operador, o Banco BVA, com problemas de confiabilidade. Neste ultimo dia 11, o BVA entrou com pedido de falência na Justiça de São Paulo. O Banco Central (BC) está investigando o caso, que acumulou no total um rombo de aproximadamente R$ 8 bilhões.
“Hoje o valor que dispomos no fundo, que agora é o Ipiranga, é de R$ 27 milhões. Isso porque houve uma recuperação parcial, já que o valor chegou a cair a R$ 23 milhões”.
Viana pontuou que a intenção do IPS é recuperar todo prejuízo. “Decidimos não vender as ações por preço baixo, mas trocamos de corretora, e o novo fundo que participamos está empenhado na recuperação dos investimentos. A cada ano será possível avançar, mas precisaremos de paciência, pois teremos uns cinco anos pela frente para recuperar tudo”, previu.
A direção do IPS destacou que os beneficiários – aposentados e pensionistas – continuam recebendo regularmente.
O caso
Conforme o Jornal Tempo Novo publicou em sua edição 991 (19-26/10/2012), no final de setembro de 2012, na gestão do ex-prefeito Sérgio Vidigal (PDT), o IPS fez uma aplicação de R$ 40.231.680,80, no fundo Elo, cujo principal operador era o banco BVA. Uma semana depois, o BVA sofreu intervenção do Banco Central (BC).
O então presidente do IPS, Luiz Carlos de Amorim, explicou que o dinheiro foi aplicado num fundo que tinha lastro em letras do Tesouro Nacional e que não haveria riscos.
Antes da transferência, houve uma consulta ao Tribunal de Contas do Estado, que vedou a aplicação de recursos financeiros públicos para instituições privadas.
Bloqueio de bens
Em 26 de novembro de 2012, a Câmara criou uma (CPI) para investigar o caso. O Ministério Público também investigou e ofereceu denúncia à Justiça Estadual, que bloqueou os bens de 3 ex-diretores, em agosto de 2013, que passaram a contestar a decisão.