A Insurreição do Queimado vai completar 170 anos de história. E neste final de semana acontece uma série de atividades para festejar a data, que é comemorada no dia 19 de março. A vila de São José do Queimado, na zona rural da Serra e às margens do rio Santa Maria da Vitória, é conhecida por ter sido palco de uma das maiores revoltas de escravos do Brasil, em 1849.
Com o declínio da navegação no rio, a vila foi desaparecendo e a mata Atlântica, retomando os espaços. Hoje, só restam as ruínas da igreja e o cemitério. Uma das novidades das celebrações este ano é que as ruínas da igreja estão sendo restauradas.
Neste sábado (16), acontece a Caminhada Noturna dos Zumbis Contemporâneos, que sairá da igreja Matriz, na Serra-Sede, à meia-noite, e seguirá até o palco da insurreição no distrito do Queimado. A concentração será às 21h.
O trajeto é feito pelo Circuito de Agroturismo de Guaranhuns, passando pelo sítio Recanto Mestre Álvaro, e tudo regado a lindas paisagens. A chegada ao sítio histórico do Queimado está prevista para as 6 h da manhã.
No domingo (17), os caminheiros participam da celebração dos 170 anos da Insurreição do Queimado, às 9 h, na entrada da mata que dá acesso ao sítio histórico.
Tradicionalmente, acontecem também homenagens na Assembleia Legislativa e na Câmara da Serra. No dia 19 (terça-feira), haverá sessão solene na Assembleia Legislativa, às 19h. Já no dia 21 (quinta-feira), às 18h, o tributo será na Câmara Municipal.
Restauração das ruínas da igreja começou em fevereiro
Os trabalhos de restauração da igreja de São José do Queimado começaram no dia 4 de fevereiro deste ano e a previsão de entrega da obra é de seis a oito meses. A notícia foi dada pelo prefeito da Serra, Audifax Barcelos, em vídeo divulgado em suas redes sociais.
O investimento, no valor de R$ 1,3 milhão, está sendo feito com recursos privados do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades).
A ideia é fazer do local um museu a céu aberto, onde fiquem expostas peças resgatadas na pesquisa arqueológica realizada no local no ano passado.
Será feita a restauração para fixar melhor as paredes, que hoje estão seguras por cabos de aço e trilhos de ferro, já bastante enferrujados. Também será refeita a fachada e a torre da igreja com estrutura de ferro, que terá mezaninos. Já no centro da igreja será colocada uma caixa de pedra, no qual serão expostos os artefatos encontrados durante a pesquisa arqueológica. O projeto é deixar o local como um museu a céu aberto.
Durante a pesquisa arqueológica foram encontrados pedaços de prato, jarras e azulejos. Também faz parte do projeto a contratação de guardas para evitar que o espaço seja alvo de novas depredações – várias aconteceram ao longo dos anos – e furtos.
Existe, ainda, o projeto de incluir a história do Queimado num circuito turístico para fomentar o turismo histórico, além de incluir ações educativas envolvendo o ensino fundamental, tanto municipal quanto particular.
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