A Área de Proteção Ambienta Estadual de Praia Mole fica na Serra, na região de Carapebus e é a reserva ambiental mais próxima do complexo industrial de Tubarão (Vale e ArcelorMittal Tubarão). Mas isso não garante a preservação do meio ambiente no local.
Pelo contrário. A região recebe pó preto e outros poluentes siderúrgicos em tempos de vento sul. E hoje, dos 400 hectares da reserva, apenas de 15 a 20% ainda é de área verde, entre restinga de beira de praia e remanescentes de mata Atlântica em volta das nascentes e do espelho d’água das lagoas do Baú e Carapebus. O restante é área urbana.
A região é carente e sofre intensa pressão habitacional. De acordo com a coordenadora de Unidades de Conservação do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), Joseany Trarbach, as invasões de locais protegidos por lei representam o maior problema da APA, ao lado do esgoto sem tratamento que polui as duas lagoas.
“É preciso que o município atue mais contra as invasões. Já o esgoto a gente espera que melhore com a Parceria Público-Privada (PPP) em vigor na cidade. A APA tem em caixa R$ 1 milhão em recursos de compensação ambiental de Vale e Arcelor e estamos estudando a aplicação do dinheiro para construir um parque linear no entorno da lagoa Carapebus”, revela.
Presidente da Associação de Moradores da Praia de Carapebus, Anderson Soares, disse que a APA foi criada na década de 1990 através de articulação da Associação de Surf local. Grupo que até hoje participa do Conselho Gestor da reserva.
“Recentemente fizemos um mirante na parte alta da Apa, com implantação de grama, placa, tocos e cordas de sisal para o paisagismo. Dá para ver o mar, num ponto que é rota de baleias. A intenção é que o local vire ponto de observação desses animais”, conta.
Já a Prefeitura da Serra disse através da assessoria de imprensa, que “realiza ações contínuas com Iema e Polícia Militar para coibir ocupações irregulares no local”.