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Isolamento na pandemia deixa mulher mais exposta à violência doméstica, diz secretária

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A secretária municipal de Políticas Públicas para a Mulher (Seppom), Gracimeri Gaviorno, diz que a quarentena imposta pelo descontrole da pandemia gera um grave efeito colateral nos lares: o aumento da violência contra a mulher. Confira o segundo bloco (veja o bloco 1 aqui) da entrevista concedida ao Tempo Novo no último dia 17.   

Estamos novamente num momento mais rígido de isolamento social nesta pandemia. De que maneira isso impacta na violência contra a mulher?

Afeta muito. Nós temos duas publicações básicas que estudam violência contra a mulher no Brasil. Uma pelo Fórum de Segurança Pública que é o Anuário, outra pelo IPEA. O primeiro trabalha com os dados das secretarias estaduais de segurança, o segundo com dados da saúde. A gente tem uma publicação do Fórum, sobre os seis primeiros meses de 2020. Se percebeu uma diminuição das notificações nas delegacias, porém um aumento das chamadas para o 190. Até porque houve restrições de atendimentos em todos os lugares, as pessoas estavam e estão ainda com medo de sair, tivemos menos registros nas delegacias.  Mas não significa diminuição de violência, principalmente se os dados do 190 aumentam. É um dado Brasil que nos dá um recorte do que vem acontecendo nesse período. A mulher vai ficar mais em casa, a criança, às vezes o marido, aonde tem o ambiente de conflito e aí a agressão.

Então a quarentena preocupa…

Preocupa em relação ao aumento da violência contra mulher e também em relação à subnotificação de casos. Com certeza as mulheres em casa nessa situação estão mais expostas a riscos.

Gracimeri assumiu a Seppom no início deste ano. Foto: Divulgação

Anos atrás a prefeitura tinha um serviço de acolhimento à mulheres vítimas de ameaças e/ou violência que não podiam mais voltar para os seus lares. Como está agora?

A Serra teve uma casa de acolhimento para mulheres que não podiam voltar. E quando o Estado criou a Casa Abrigo, que tem toda uma estrutura conceitual, as prefeituras que tinham passaram a usar o serviço do Estado para as mulheres com risco iminente de morte. Então essa casa é segura, é protegida por sigilo. A porta de entrada passa pelas Delegacias de Polícia, pelos Cras, pela Seppom. E o município da Serra contribui na parceria com a cessão de um psicólogo. Essa casa precisa de assistente social, atendimento psicológico, pareceria com educação porque muitas vezes tem criança, professores pedagogos, saúde. Essa casa é fruto do pacto estadual da qual a Serra faz parte. Mas nós temos que avançar para ter um abrigamento daquelas que não estão em risco iminente de morte mas que precisam de uma casa de acolhimento.

A atual gestão pretende investir num abrigo para mulheres nessa condição?

A gestão do prefeito Sérgio Vidigal tem intenção até porque isso já existiu em outro governo dele. A gente está trabalhando nisso. De uma forma mais ampliada, não só com atendimento psicossocial, mas um lugar que possa trazer outros serviços.

Na casa de acolhimento do Estado tem quantas mulheres moradoras da Serra?

Não tenho esse dado, até porque ele é precário, as mulheres não ficam muito tempo. Elas entram nessa casa e ali é todo um trabalho de encaminhamento, se ela vai mudar do estado, se ela precisa de uma atenção especial, se além da fragilidade ela precisa ser encaminhada para um programa de testemunha. Então é uma casa de encaminhamento para o primeiro momento.

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