Clarice Poltronieri
Neste domingo (24), às 9h, acontece uma manifestação em Jacaraípe contra a intolerância religiosa. O manifesto faz alusão ao Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, que foi comemorado na última quinta (21) e vai reunir representantes Candomblé, Umbanda, Quimbanda e outras religiões.
O evento denominado 2ª Corrente das Nações é um ato pacífico e acontece pela 2ª vez em Jacaraípe.
“O objetivo é pedir respeito, dar um basta à intolerância religiosa. Somos contra toda forma de intolerância, mas sabemos que as de matriz africana são as que mais sofrem, por isso decidimos nos reunir para pedir paz”, conta Papa Jerdam de Matamba, um dos organizadores do manifesto.
O convite da manifestação se estendeu a líderes de outras vertentes religiosas.
“Convidamos pessoas das igrejas católica, evangélicas, mas ainda não tivemos confirmação. Teremos um cantor gospel renomado que já foi do candomblé e hoje é evangélico que vai participar falando sobre a importância do respeito e cantando seus hinos”, diz Jerdam.
No local, cantigas religiosas, rodas de tambor e muita conversa sobre o tema.
“Queremos unir as religiões. Este não é só um manifesto, mas também um encontro, pedindo paz, contra o fanatismo”, frisa.
Dia nacional
O Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa foi instituído em 2007 depois da morte da sacerdotisa do candomblé Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda. Dois meses depois ter a casa e o terreiro invadidos por grupos de outra religião em Salvador – BA, o marido agredido e ser chamada de charlatã no jornal impresso da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), a religiosa morreu em decorrência de um infarto.
Atualmente, o dia é uma oportunidade para atentar sobre a necessidade de se respeitar a diversidade religiosa e, assim, reduzir os casos de crimes de ódio no País.
Crescimento
As denúncias de intolerância religiosa cresceram 70% no país ano passado. Segundo o Portal Brasil, em 2015 o Disque Direitos Humanos recebeu 252 denúncias relacionadas à discriminação religiosa, enquanto em 2014 foram 149 a menos. Para denunciar discriminação relacionada à religião, o cidadão deve acionar os Direitos Humanos através do Disque 100.