Longe das lentes da grande mídia e da badalação do esporte, existe um outro lado do futebol que poucos conhecem e que revela a face mais real desse esporte. Em lugar de glamour e fortunas, uma vida dura e simples, em que luta e perseverança andam juntas no sonho de jogar futebol. Essa é a história de milhares de garotos, como de Cristian Cunha Pinto, de 24 anos, e Kristian Teles Lanberti, de 26.
Cristian mora em Cidade Continental e Kristian, em Central Carapina. Nomes muito parecidos, histórias mais ainda. Amigos há 13 anos, quando se conheceram no Juec, de, Serra Dourada 3, são dois talentos serranos que lutam por patrocínio para fazer o que mais gostam. “Estou nessa luta desde os 13 anos. Comecei em escolinha, em campeonato de futebol de areia num time de Praia de Carapebus, depois eu fui para o campo, onde estou até hoje”, conta Cristian, que já passou por Santa Catarina, Bahia e Rio de Janeiro – onde ficou por seis meses e fez testes no Fluminense -, antes de chegar ao GEL Laranjeiras, clube onde joga atualmente.
“No futebol, nós temos dias de glória e de tristeza. No RJ e em SC passei por situações difíceis, até precárias, mas também fiz amizades com pessoas de outros estados”, relata Cristian. Ele acredita que hoje, no futebol, o dinheiro se sobressai ao talento. “Tem muito moleque de comunidade que tem qualidade, mas o dinheiro fala mais alto. Temos propostas de times daqui do Espírito Santo, mas não temos uma ajuda financeira pra nos mantermos num clube”, ressalta, ao falar também de Kristian, que pensa como o amigo. “Aquele jogador que não é tão bom e tem condições, está dentro de um clube; já aquele jogador que tem um talento, mas não tem condições de fazer um teste fora, fica mais difícil”, diz Kristian, que também atua no GEL.
Kristian chegou a ir Portugal em busca do seu sonho de ser jogador profissional. Uma experiência única, que serviu de grande aprendizado. “Fiquei um tempo lá, trabalhei, passei por alguns clubes e voltei ao Brasil. Joguei a Liga de Fut 7 (futebol society) portuguesa. Fiz testes e passei por alguns clubes da ‘quarta divisão’, mas não conseguiram me legalizar”, conta o jovem. Apesar dos obstáculos por que passou, o jogador de Central Carapina diz que na Europa a idade não é empecilho. “No Brasil, se você tiver 18 e 19 anos e não estiver num clube, eles dizem para você desistir. Lá, eles consideram o seu talento; não vão pelo dinheiro e dão oportunidade. Já aqui, com 23 anos de idade, raramente vão te deixar fazer um teste”, explica.
Conquistas, amizade e sonhos
No início da carreira, Cristian conquistou títulos no futebol de areia pelo Carapebus Futebol Clube e também no futebol de campo. “Em escolinha de futebol, na Copa A Gazetinha, no Sub-20, chegamos às semifinais da competição pelo Juec, em 2012”, lembra. Já seu melhor amigo, Kristian, trouxe conquistas de Portugal. “No Fut 7, em Lisboa, fui vice-campeão. Mas o que eu mais conquistei foram as amizades”, destaca.
E o apoio da família vale muito para os dois amigos. O volante Cristian conta que seus familiares sempre apoiaram seus sonhos no futebol, mas a cobrança aumentou. “No início, minha família apoiava, minha mãe ficava com o pé atrás; meu pai apoiava mais, mas depois parou, por causa da minha idade e tenho uma filha de três anos. Mas ainda quero dar algo melhor a eles”, frisa. Já Kristian diz que a mulher é quem mais lhe dá forças. “Quem sempre me apoiou foi minha mulher”, relata o jovem, que também é pai.
A amizade também é um ponto forte na vida dos dois. Quanto a isso, eles tiram de letra, pois um ajuda o outro nos momentos mais difíceis. “Eu apoio o Cristian e vice-versa. Quando ele desanima, eu não deixo; e assim também ele comigo. O Cristian tem uma força… Se a minha vida está difícil, a dele está muito mais, mas ele não desiste”, revela Kristian, que recebeu apoio do amigo para se firmar na posição que hoje atua no futebol, a de meia/volante.
Ambos estudaram até o Ensino Médio e a renda vem dos “bicos” que fazem. Mas como diz o ditado, “sonho que se sonha junto vira realidade”, os amigos buscam, juntos, por dias melhores. Eles receberam uma proposta para jogar fora do estado e acreditam que isso pode mudar os rumos da carreira. “A nossa meta é tentar um clube na Paraíba para jogarmos um campeonato, porém precisamos de recursos”, disse Kristian. Para o amigo Cristian, será a possibilidade de dar um salto maior. “Posso dizer que a nossa vida pode mudar. É uma chance de ouro”, vislumbra.
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