por Ayanne Karoline
Na última semana, mais de oito milhões de estudantes receberam suas notas individuais do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Porém, poucos deles tiveram o privilégio de ‘pocar’ na prova. Foi o que aconteceu com o morador de Nova Almeida, Jefrey Sobreira Santos, de 18 anos.
Ao consultar o resultado, o jovem, que concluiu o ensino médio em 2014 numa escola pública de Vitória, se deparou com a nota 920 na redação e média 700 nas objetivas. Surpreso e feliz, Jefrey comemora a possibilidade real de conseguir uma bolsa de estudos para cursar o ensino superior com 100% de gratuidade.
Ele conta que teve tranquilidade para discutir o tema da redação – Publicidade Infantil em questão no Brasil –, mesmo o assunto não sendo destaque na mídia ultimamente. “Não foi muito abordado recentemente, mas é fruto de uma discussão intensa na sociedade há alguns anos”, avalia.
Apostando em uma boa ortografia e coerência de ideias, o serrano também utilizou dados e citações, inclusive de sua religião. Ele é evangélico e usou dois livros de autores adventistas como base para seu texto: Nos Bastidores da Mídia, de Michelson Borges e Como formar filhos vencedores, de Nancy Van Pelt. “Tentei argumentar e expor o tema com tudo o que eu já havia lido sobre o assunto”, conta.
Herança
Aplicado e comprometido, sua paixão pela leitura começou cedo, já que o pai é escritor. “Com nove anos participei de um dos livros de poesia do meu pai, o que voltou a acontecer quando tinha 11 anos”, se orgulha.
Mesmo contando com uma “forcinha” da genética, já que além do pai escritor Jefrey tem mãe professora, nunca abriu mão de ler e acompanhar noticiários na TV. “Ele sempre foi esforçado e procurava aprender o tempo todo. O hábito de ler criou nele uma facilidade de desenvolver bons textos”, avalia o pai, Márcio Machado.
Futuro
Com uma nota alta no ENEM, o jovem aguarda a abertura das inscrições do Prouni, que deve acontecer na próxima semana, para tentar uma bolsa de estudos para Engenharia da Computação.
É um sonho de criança de um menino que, com 10 anos, já aprendia a linguagem complexa de sistemas e hoje, com 18, trabalha como programador.