Brasil

Jovem paga R$ 5 mil para tentar ser a mais bonita do Brasil, mas perde vaga ‘por ser mãe’

A jovem pagou R$ 5 mil de custos para tentar ser a mais bonita do Brasil, mas perdeu sua vaga no concurso ‘por ser mãe’. Crédito: Divulgação
CAIO SANTANA

Carla Cristina, 20, perdeu a vaga no concurso Miss Brasil Mundo 2024 após a coordenação nacional descobrir que ela é mãe.

Carla alega que essa informação não foi omitida em sua inscrição. Ela afirma ter desembolsado cerca de R$ 5 mil. “O Miss Mundo tem como regra que as candidatas devem ser solteiras, não serem mães, sem nunca terem sido”, informou o CNB (Concurso Nacional de Beleza), responsável pelo Miss Brasil Mundo, nas redes sociais. O concurso licenciado também afirmou deve que seguir essas diretrizes. “Não temos absolutamente nada contra mães, muito pelo contrário”, ressalta nota.

Na manhã de quarta-feira, 7, Carla participou de uma mentoria gratuita do concurso, quando falou que era mãe. “Iniciamos a aula e me perguntaram, [uma das pautas] foi família, falei para ela da minha filha, porque eu nunca escondi isso. E ela [a mentora] ficou meio assustada”, declara em entrevista ao UOL.

Ela foi informada que não poderia participar do certame e que iria perder o título: “Ela já me falou que eu não poderia participar, e que não sabia porque eu não sabia disso”. A perda do título foi revertida ao longo do dia e ela só perderia a vaga na competição.

“Expliquei que eu ainda não tinha tido acesso ao regulamento e que tinha perguntado algumas vezes. Tenho print e ele [Sidney, meu coordenador] me respondeu que sim, que eu poderia participar e que mães poderiam participar, porque o regulamento havia sido atualizado”, disse Carla Cristina, ex-participante do Miss Brasil Mundo 2024, pelo Acre.

Carla é mãe da pequena Jade, de 1 ano e sete meses. Ela mostrou a captura de tela para o UOL, mas pediu para não ser divulgada. No print, ao ser perguntado se mães não podiam mais participar do concurso, Sidney diz desconhecer a informação.

À reportagem, Sidney Lins disse que avisou suas candidatas sobre mudanças em outros concursos, mas que ainda não tinha posição quanto ao CNB/Mundo. “Na época falei para as meninas: ‘tá um boato que alguns concursos vão poder ter mães e mulheres casadas. Porém, a gente segue com nosso regulamento antigo, que não pode ser mãe nem ter filhos’. Mas [ressaltei] que a gente precisava aguardar o regulamento do Acre e do nacional. Todas leram, aceitaram e estavam cientes de acordo com o regulamento”.

“O concurso transcorreu normalmente. A Carla foi eleita, mas até então ela nunca me citou ou chegou a me falar que era mãe. Se ela tivesse me falado antes, é evidente que a gente não teria colocado ela no concurso, por conta que feria o regulamento. Não estava ciente deste assunto até hoje”, disse Sidney Lins, coordenador do Miss Acre Mundo.

Após a monitoria, Carla surgiu nas redes sociais chorando. Ela publicou um vídeo com a seguinte legenda: “Meu título foi retirado pelo simples fato de eu ser mãe. Detalhe, eu sempre postei que era mãe e eu perguntei não só uma, nem duas, mas várias vezes. Me pediram para não expor o motivo real. Esperaram eu pagar R$ 5 mil reais para retirarem meu título”.

Sidney ressalta novamente que as candidatas sabiam que o concurso não permitia mães: “[Essa] Fala dela foi meio infeliz, ela estava no calor do momento. Não tiro o direito dela, mas a real situação é que todas estavam sabendo que o concurso não permitia mães e mulheres casadas”.

Entretanto, Carla diz que sua participação foi assegurada pelo próprio Sidney. “[Quando] Fui participar do estadual, foi bem na época que saiu o regulamento do Miss Universo, em que as mães poderiam participar. Pensei ‘será que o CNB pode?’. Perguntei para muitas pessoas, inclusive para ele, que me disse que o regulamento tinha mudado e que eu poderia participar sim”.

Em vídeo, Sidney admite que se ela falou para ele que tinha filha, ele não percebeu. “Particularmente, se ela me falou que era mãe em algum momento, de fato eu não percebi”.

Redação Jornal Tempo Novo

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