Por Clarice Poltronieri
A lama derramada pelo rompimento da barragem da Samarco (Vale + BHP Billiton) em Mariana – MG já está na Serra. Na manhã desta quarta (23), a chamada pluma de sedimentos estava na altura da divisa de Fundão com Serra, em alto-mar, a 25 km de distância da praia, segundo o monitoramento dos órgãos que acompanham os desdobramentos do maior crime ambiental da história do país.
Segundo a secretária de Meio Ambiente da Serra, ainda não há indícios do material nas praias. “Conversei com o presidente da Associação de Pescadores de Jacaraípe. Pedimos apoio, se algum pescador em alto-mar ver qualquer alteração vai registrar e nos falar para irmos a alto-mar. Por enquanto a lama está bem diluída e distante da costa (a 25 km) e as praias estão limpas”, disse Andrea Carvalho, secretária de Meio Ambiente da Serra.
E se a lama prejudicar o serrano, a prefeitura vai pegar firme contra a empresa. “A Samarco é obrigada a custear absolutamente tudo, vamos pegar firme nisso”, pontua.
Por estar em menor concentração nesta parte do litoral, a lama é difícil de enxergar pode ser confundida com a turbidez natural do oceano. Agrava a situação o fato do rio Doce ainda continuar recebendo rejeitos da extração de minério, que seguem vazando da barragem estourada no último dia 05 de novembro em Mariana – MG.
Sem contar que a substância depositada na margem dos afluentes atingidos e na calha principal do rio Doce deve descer para o litoral a cada sequência de chuva forte.
No sobrevoo feito pela equipe de monitoramento na manhã desta quarta (23) foi constatado que a “pluma” (parte menos densa) da lama já está na divisa entre Fundão e Serra, na altura da foz do rio Reis Magos. A sujeira já atingiu a Área de Proteção Ambiental (Apa) Costa das Algas, o Refúgio da Vida Silvestre de Santa Cruz e a Reserva Biológica de Comboios.
A parte de alta e média densidade da lama está concentrada na foz do rio Doce, em Regência, litoral de Linhares.
Impacto chega aos manguezais do Piraquê-Açu
Na última segunda (21), a prefeitura de Aracruz informou que uma pluma (parte menos densa) da lama havia entrado no estuário do rio Piraquê-Açu, em Santa Cruz-Aracruz. E ameaçava praias do município. Tanto que o prefeito Marcelo Coelho (PDT) prometeu sobrevoar os balneários nesta quinta (24).
O monitoramento do avanço pela lama no mar está sendo feito pelo grupo ‘Governança pelo Rio Doce’, envolvendo órgãos federais, estaduais e municipais, além da Samarco, e empresas de saneamento. O grupo foi montado para acompanhar os desdobramentos do crime ambiental.
O site para a população acompanhar os resultados do monitoramento é o www.governancapelodoce.com.br