Ana Paula Bonelli
Na Serra, são cerca de 800 pescadores profissionais divididos em quatro comunidades: Carapebus, Manguinhos, Jacaraípe e Nova Almeida. Como se não bastasse à redução de peixes por conta da pesca industrial e dos impactos ambientais no mar, esses profissionais agora têm que lidar com o problema causado com a lama da Samarco, que há um ano e sete meses contamina o litoral capixaba através do rio Doce.
Segundo Manuel Buenos dos Santos, o Nego da Pesca, a lama reduziu a área de pesca. “Nossos barcos pescavam mais ao Norte do Estado, de Barra do Riacho até Linhares, ali depois de Povoação e Negreiros. Agora a pesca está proibida lá por causa da lama. A Samarco cometeu um crime e quem está sendo penalizado são os nossos pescadores. Se por um acaso algum barco estiver por ali, pescando ou não, a gente é multado entre R$ 25 e 47 mil”, diz Nego que é presidente da Federação das Associações dos Pescadores do Espírito Santo e Coordenador Nacional do Movimento dos Pescadores.
Nego também reclama da falta de análise constante da água e dos peixes da região. “Essa situação está esquecida completamente. Temos que ir com nossas embarcações para longe, para o mar da Bahia, e o custo aumenta porque ficamos embarcados mais dias, gastamos mais óleo e consequentemente, temos que repassar esses valores para o consumidor que acaba comprando menos e nossas vendas caindo”, destaca Nego.
Ele conta que pescadores de Aracruz, Linhares, São Mateus e Conceição da Barra também são prejudicados. “Conheço o rio Doce desde criança e com 58 anos, eu não tenho esperança de ver o rio como antigamente. O desinteresse de nossas autoridades é muito grande” desabafa.
Neste domingo, os pescadores vão descer o rio Jacaraípe, com a imagem de São Pedro, e na igreja de Castelândia uma barraca estará coletando assinaturas para transformar em um projeto de lei uma iniciativa popular que é a garantia do território pesqueiro. “Nosso objetivo é proteger e inibir a chegada de grandes empresas nestes espaços para garantir a preservação e também uma alimentação saudável na mesa do brasileiro”, explica.
Pesca de badejo, cação e garoupa volta a ser liberada
Em meio à dificuldade gerada pela lama da Samarco, uma notícia amenizou a vida dos pescadores da Serra e do resto do Estado. É que a pesca de mais de 130 espécies de peixes e invertebrados voltaram a ser liberados em todo país, pelo menos até o dia 15 de junho de 2018. A portaria 217/17, que substitui a 445/214 foi publicada no último dia 20 de junho pelo Ministério do Meio Ambiente.
A portaria que foi substituída considerava 475 espécies em extinção e havia decretado a suspensão da pesca delas por tempo indeterminado. Dentre essas espécies, cinco são muito utilizadas na culinária capixaba: badejo, garoupa, budião, cherne e cação. O badejo, por exemplo, é um dos preferidos para fazer a tradicional moqueca capixaba.
A movimentação é da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), da bancada federal capixaba e da Assembleia Legislativa, que solicitaram prazo maior para o estudo sobre espécies de peixes ameaçadas de extinção e que tiveram a pesca e o comércio proibidos em 2014.
Para Rose, a proibição foi equivocada. “Ninguém explicou os critérios. Afeta quem produz, consome, além daqueles que estão empregados nesta cadeia produtiva. Por isso, pedimos a suspensão da portaria e ela foi atendida”, afirmou.
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