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Lama no Doce, sangue na Serra

Temos visto os debates intensos nas redes sociais sobre a violência cometida contra o Rio Doce. Discursos acalorados acerca de alguns argumentos midiáticos em nítida defesa dos agressores – “a empresa também é vítima” ou ainda, “essa tragédia pode ser ‘até mesmo’ uma salvação para o rio, já que estava em situação precária”. De longe acompanhamos e contribuímos com o debate nas redes sociais.

Ainda é cedo para sabermos quais os resultados que essa mobilização trará, mas sabe-se minimamente que a sociedade terá mais elementos para cobrar de outras empresas que oferecem riscos iguais ou maiores ao ambiente.

Diante dessa tragédia e da mobilização em torno dela, bem como de outras que vêm ocorrendo mundo afora, lançamos a pergunta: porque alguns tipos de violência chocam a sociedade, e mobilizam massas – como é o caso do Rio Doce –, enquanto outras passam desapercebidos?

Na semana passada, aqui mesmo no Tempo Novo, foi publicada estatística sobre assassinatos no município da Serra: 270 entre janeiro e outubro. Esses dados chegam a nós muitas vezes como mais um número e acabam se naturalizando. Mas olhar essas estatísticas de fora tem sido alarmante, principalmente quando comparamos algumas informações.

Em Portugal (no país inteiro!), em 2012 foram contabilizados 41 homicídios e em 2013 esse número caiu para 25. E entre os dias 23 de outubro e 23 de novembro (quando este artigo foi concluído), duas pessoas haviam sido assassinadas no país.

Não quero desmerecer a indignação em relação ao crime cometido contra o Rio Doce – muito pelo contrário! Só gostaria que a mesma repulsa tomasse conta da sociedade contra essa tragédia que é a violência extrema no Brasil e na Serra.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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