A ArcelorMittal Tubarão deve ampliar suas atividades nos próximos anos. É que a empresa deve investir em um laminador de tiras a frio no Espírito Santo. A Arcelor é a maior indústria instalada na Serra, uma das maiores do país e está entre as principais produtoras de placas de aço do mundo.
A informação de que ela pretende instalar o laminador de tiras a frio é do presidente ArcelorMittal Tubarão e CEO da empresa, Benjamin Baptista Filho. Ele admitiu que o investimento está nos planos da siderúrgica durante palestra do projeto Memórias da Serra, que aconteceu no Hotel Serra Grande, em Laranjeiras, no último dia 29 de maio.
O presidente da Academia de Letras e Artes da Serra, João Luiz Castello Lopes Ribeiro, esteva na palestra e afirma que essa é uma ótima notícia para a cidade e o estado. “Essa notícia é mais importante até que a exploração de petróleo, pois o laminador de tiras a frio é o acabamento da siderurgia, agrega valor ao produto e é uma produção industrial limpa, não impacta o meio ambiente e gera muitos empregos. O presidente disse que estão preparando essa segunda planta para os próximos dez anos e que ela ficará no estado”, repassa.
Apesar de ter confirmado o pronunciamento do presidente da empresa, a assessoria de imprensa da ArcelorMittal frisou que não há nenhum projeto em andamento e que a instalação do laminador de tiras a frio é uma possibilidade futura, caso haja melhora no cenário econômico.
A gerente de comunicação e imagem Herta Rodrigues Torres frisou que o comentário do presidente da empresa foi diante de um cenário otimista.
“Não tem nenhum estudo. É uma possibilidade. Se a gente for pensar em uma expansão aqui no estado – coisa que a gente nem cogita no momento -, a única possibilidade seria a gente fazer [o laminador]. Ele [Benjamin] falou num contexto muito diferente, muito mais de perspectiva futura, que ainda está longe de ser concretizada”, diz.
Coqueria e dessalinizador
Herta não soube informar estimativa de investimento e geração de emprego. “Nesse momento, não temos nada mesmo para falar, dado nenhum para passar a vocês. Ele realmente fez essa fala, mas não como se estivesse previsto. Falou numa possibilidade remota, no caso também remoto, de expansão da planta aqui em Vitória”, afirma.
A gerente disse, ainda, que dessalinazador de água do mar, substituição de bateria de coque e outras medidas para reduzir o pó preto até 2023 – obras que custarão R$ 574 milhões – não têm a ver com os planos para implantação do laminador. “Primeiro, temos que resolver nossas questões imediatas, principalmente com relação aos impactos ambientais. Essas reformas estão quase começando; estamos conversando com o Sine, pois estamos tentando levar as empresas para beneficiar a Serra com esses empregos”, conclui.
Empresa impulsiona indústria na Serra
O processo de industrialização do município é atrelado à criação da estatal Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) na década de 1970, que, após privatização e fusões, tornou-se a atual ArcelorMittal Tubarão. A empresa fabrica semiacabados de aço – placas e bobinas laminadas a quente – com capacidade de produção de 7,5 milhões de toneladas ao ano em uma área de 13,5 milhões de m², sendo 7 milhões de m² de área construída.
Caso seja feita a instalação de um laminador a frio, a Arcelor passará a fornecer produtos acabados de aço, aumentando sua cartela de clientes e fomentando a economia do Espírito Santo e municípios do entorno, especialmente a Serra, onde a empresa está instalada.
A ArcelorMittal Tubarão fornece aços planos para os mercados da América do Norte, América Latina, Europa e Ásia. A instalação da empresa em Tubarão está diretamente associada à presença da Vale, uma vez que o aço tem como matéria-prima o minério de ferro pelotizado.