Por Anderson Soares
As ruas de Laranjeiras voltaram a ser ocupadas pelas barracas de ambulantes e até por caixotes, que são usados como mesas para expor produtos. Em vários pontos do maior polo comercial da cidade é possível comprar de material escolar a DVDs, passando por capa para celular e até produtos medicinais. Situação que gera muita reclamação de comerciantes.
“O ruim é que eles vendem produtos que são iguais aos nossos e não pagam imposto. Estacionam próximo às calçadas, tomam as vagas de veículos de clientes, atrapalham a entrada das pessoas dentro das lojas e, se não bastasse tudo isso, deixam seu lixo pelo chão”, observa o dono de uma loja de calçados que preferiu não ter o nome divulgado.
A vendedora de roupas Jaqueline Simões disse que a permanência dos ambulantes próximos às lojas atrapalha as vendas. “Sei que é um prejuízo muito grande para a dona da loja; é uma luta totalmente desigual, pois ela tem que pagar impostos e o aluguel do estabelecimento. Se não vendo, não há como manter o meu emprego”, lembra.
Uma das ambulantes é Maiara Deize, que tem sua barraca na esquina da Eletrocity. “Eu acho que todos nós temos o direito de ganhar o nosso dinheiro. Não entendo que atrapalhamos ninguém, pois o cliente quando quer comprar um produto nas lojas ele já vai diretamente”, defende.
A assessoria de comunicação da Prefeitura garante que fiscais do município atuam com frequência na região para coibir a ação de ambulantes não cadastrados. Divulgou ainda que durante essas ações as mercadorias dos camelôs que não possuem cadastro são apreendidas e que está em fase de licitação o projeto para construção de um camelódromo em Laranjeiras.
Retorno
Em dezembro de 2013 a Prefeitura removeu os ambulantes da Avenida Central. Em seguida delimitou espaços em ruas transversais e paralelas à Central para acomodar quem tinha sido removido, sob a promessa de realocá-los num camelódromo que ainda não saiu do papel. Nos últimos dias os camelôs voltaram a ocupar pontos não autorizados.
Ambulantes se organizam e criam shopping popular
Um grupo de ambulantes, após terem sido retirados das ruas, resolveu suas dificuldades alugando uma área na rua Euclides da Cunha para expor seus produtos. Eles compartilham as despesas do local como, água, energia e até com segurança, tendo um ponto fixo e livre de qualquer incômodo.
Lá tem 12 barracas. O líder do grupo, Nilton Antônio, disse que a ideia contou com aval do município. “Nós fomos retirados da rua há cerca de três anos. Agora, temos um shopping popular, onde há até banheiro e bebedouro para os clientes”, destaca Nilton, que tem a ajuda de um colega para dirigir o local.
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