Por Clarice Poltronieri
Falta só a sanção do prefeito Audifax Barcelos (PSB) para que a lei que determina o fechamento dos bares e casas noturnas da Serra após 01h da manhã entre em vigor. A Câmara aprovou a matéria nesta segunda(01). A autoria da lei é do próprio executivo.
Segundo a assessoria de Audifax, o projeto ainda não foi enviado pela Câmara ao gabinete do prefeito, mas isso deve acontecer nos próximos dias. Após isso só os estabelecimentos que instalarem câmera de videomonitoramento, isolamento acústico e contratarem seguranças particulares poderão funcionar depois do horário estabelecido.
Para empresários do setor a medida pode afastar novos empreendimentos e prejudicar os que já existem. Além disso não concordam com o argumento da prefeitura de que a medida vai melhorar a segurança pública. É o caso de Márcio Brasil, dono do Bar Brasil em Morada de Laranjeiras.
“É muito mais fácil o poder público proibir a saída das pessoas do que oferecer segurança. A fiscalização nunca atende os lugares onde há ocorrências, mas só vem aos locais onde famílias se encontram pacificamente para mostrar serviço”, critica.
Márcio já sofreu outro duro golpe quando a prefeitura embargou a música ao vivo no seu estabelecimento após reclamações de vizinhos. “Deixei de gerar sete empregos entre garçons e cozinheiros, além dos 30 músicos que se apresentavam regularmente na casa e ficaram sem o espaço”, lamenta.
No entanto ele diz que pretende se adequar à nova realidade. “Estou investindo muito para isso. Mas acho um retrocesso, uma decisão ditatorial”, conclui.
Caro
A gerente da Singo’s Bar Club, em Jardim Limoeiro, Rita Sfalsin disse que a casa já atende as especificações da lei mas acha a medida absurda. “Já gastamos muito. Temos isolamento acústico e gasto cerca de R$1,2 mil por noite com segurança particular para evitar carros de som e bagunça em frente à casa, pois a polícia não fiscaliza. Fora a burocracia para conseguir qualquer licença. O problema deles é com quem trabalha de forma ilegal e nós que pagamos impostos acabamos pagando caro”, desabafa.
Ela acrescenta que isso gerará mais desemprego e que isto pode afastar novos empreendimentos de cultura e lazer noturnos na Serra.
Polêmica
Tendo a medida como uma das bandeiras de sua gestão, o secretário de Defesa Social Nylton Rodrigues afirma que a medida reduzirá a violência. “A segurança das pessoas vem em primeiro lugar. Existe o segmento que está preocupado em garantir lucro e o que quer levar segurança às pessoas. Eu não acredito que seja problema financeiro, um videomonitoramento hoje é muito barato. Tratamento acústico não é tão difícil assim, talvez o mais caro seja a segurança que o custo é frequente”, argumenta.
Nylton disse ainda que quem não cumprir terá o estabelecimento fechado e pagará multa de R$ 10 mil.