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Cão em Foco
Iris Melo dos Santos Cunha Bacharel em Medicina Veterinária pela Faculdade Brasileira Multivix Pós Graduada em Patologia Clínica pela Faculdade Qualittas Médica Veterinária responsável pelo setor de internação

Leishmaniose canina: um desafio para a saúde animal e humana

A leishmaniose canina começa quando o mosquito infectado pica o cão, introduzindo o parasita no organismo do animal. Crédito: Freepik

A leishmaniose canina é uma doença grave e de crescente preocupação no Brasil, afetando milhares de cães em diversas regiões do país. Provocada por um protozoário do gênero Leishmania, que é transmitido pela picada de flebotomíneos, conhecidos como “mosquitos-palha”, a doença pode resultar em complicações sérias tanto para os cães quanto para os seres humanos, uma vez que a leishmaniose visceral, a forma mais grave da doença, também pode ser transmitida para os humanos.

O Ciclo da Doença

A leishmaniose canina começa quando o mosquito infectado pica o cão, introduzindo o parasita no organismo do animal. Após a infecção, o parasita ataca diversos órgãos, especialmente o fígado, o baço e a medula óssea, podendo causar uma série de sintomas clínicos, como feridas na pele, queda de pelo, emagrecimento, febre, aumento do volume abdominal (devido ao aumento do fígado e baço) e problemas renais. Alguns cães podem não apresentar sintomas evidentes, mas ainda assim ser portadores do parasita, tornando-os fontes de transmissão.

Riscos para os Humanos

Embora os cães sejam os principais hospedeiros, a leishmaniose também é uma doença zoonótica, o que significa que pode ser transmitida para os seres humanos, especialmente em áreas endêmicas. A transmissão para os humanos ocorre quando o mosquito pica um indivíduo após se alimentar do sangue de um cão infectado. Isso representa um grave risco à saúde pública, principalmente em regiões de maior incidência, como o Norte e o Nordeste do Brasil, onde os casos de leishmaniose visceral humana são mais comuns.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico da leishmaniose canina é feito através de exames laboratoriais, como a sorologia e a reação em cadeia da polimerase (PCR), que detectam a presença do parasita no organismo do animal. O tratamento, embora disponível, é complexo e envolve o uso de medicamentos específicos, que podem ter efeitos colaterais significativos. Em muitos casos, a leishmaniose é considerada incurável, e o tratamento visa controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do cão.

+ Babesiose canina: uma doença parasitária grave e comuns desafios no tratamento

Além disso, é importante lembrar que o tratamento não elimina a capacidade de transmissão do parasita, ou seja, o cão ainda pode ser uma fonte de contágio para os mosquitos. Em razão disso, o controle da doença envolve um conjunto de estratégias, como o uso de repelentes, o controle de mosquitos e, em casos extremos, a eutanásia de cães infectados para evitar a disseminação.

Prevenção: O Caminho Mais Seguro

A prevenção da leishmaniose canina é fundamental. O uso de coleiras repelentes e vacinas é uma medida eficiente para proteger os cães da infecção. A vacinação contra a leishmaniose, que se tornou uma opção viável nos últimos anos, tem mostrado resultados promissores na redução da incidência da doença. Além disso, a adoção de medidas de controle ambiental, como a eliminação de criadouros de mosquitos e o uso de inseticidas, pode ajudar a reduzir a população do vetor.

A conscientização sobre a leishmaniose canina é essencial, pois a doença afeta não apenas a saúde animal, mas também representa uma ameaça à saúde humana. Os proprietários de cães devem estar atentos aos sinais da doença e buscar atendimento veterinário imediato ao perceber sintomas suspeitos. Além disso, é necessário o engajamento das autoridades de saúde pública e dos órgãos ambientais para que as estratégias de prevenção sejam aplicadas de maneira eficiente.

Conclusão

A leishmaniose canina é uma doença séria que exige atenção e ação conjunta de profissionais de saúde animal, donos de cães e autoridades sanitárias. Compreender a doença, reconhecer seus sintomas e adotar medidas preventivas são passos essenciais para controlar sua disseminação. Embora ainda haja desafios no combate à doença, as estratégias de prevenção e controle, como vacinação, repelentes e manejo ambiental, podem fazer a diferença na luta contra a leishmaniose, protegendo tanto os cães quanto os seres humanos de seus efeitos devastadores.

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