As leishmanioses representam um grande problema em saúde pública, por serem zoonoses, e no Brasil são endêmicas nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, infectando diversos mamíferos, incluindo o gato doméstico, a partir picada da fêmea de mosquitos do gênero Lutzomyia, os quais apresentam grande adaptação ao meio urbano. Existem 22 espécies patogênicas para o homem e dependendo da espécie do protozoário envolvido e da relação do parasita com seu hospedeiro, a doença pode apresentar distintas formas clínicas, ou seja, mucocutânea, cutânea ou visceral.
A transmissão das leishmanioses se dá pela da picada de fêmeas infectadas pertencentes aos gêneros Lutzomyia. A flebotomia é um hábito exclusivo das fêmeas que necessitam de sangue para a maturação dos ovos.
Os mamíferos conhecidos como reservatórios primários da enfermidade pertencem a diferentes ordens, incluindo os primatas (humanos), o cão doméstico (Canis familiaris), Rodentia, Edentata e Marsupialia.
As leishmanioses em gatos (Felis catus) tem sido relatada e em várias partes do mundo, mas seu papel como reservatório ainda não foi esclarecido completamente.
O gato doméstico pode ser infectado por diversas espécies de Leishmania, podendo ou não ser sintomático e apresentar sinais clínicos inespecíficos, que comumente incluem lesões nodulares ou ulceradas no focinho, lábios, orelhas e pálpebras e alopecia.
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A doença em felinos geralmente está associada a outras enfermidades que causam imunossupressão, como a FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina) e FeLV (Vírus da Leucemia Felina), embora muitos estudos têm apoiado a idéia de que eles possam de fato ser um reservatório de leishmaniose, demonstrando sorologia positiva mesmo na ausência de sinais clínicos atribuídos a enfermidade.
O quadro clínico na leishmaniose felina é inespecífico e assemelha-se aos sinais clínicos apresentados pela espécie canina, dentre eles anorexia, emese, linfoadenomegalia, dermatites , uveítes, alopecia difusa, emaciação, hipertermia e atrofia do músculo temporal.
O tratamento envolve uma combinação de medicamentos, embora estes fármacos promovam, na maioria dos casos, a recuperação clínica de animais, eles não produzem a eliminação completa do parasita, isto é, a leishmaniose não tem cura clínica, e sim controle do parasita.
Não existe vacina contra leishmaniose felina, como existe para os cães, e o tratamento muitas vezes resulta em insucesso.
A proteção ainda é a maior solução, a través de coleiras com princípios ativos que repilam o flebótomo.