Por Bruno Lyra
Amanhã é 31 de março, dia que marcará os 57 anos do golpe militar no Brasil. É uma data que deve ser lembrada, não celebrada, pois representa a tomada ilegal do poder que acabou por instaurar, por longos 21 anos, um regime ditatorial onde as liberdades política e de expressão foram cerceadas. Muitas vezes com violência física e a abjeta prática da tortura.
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, foi eleito em 2018 por vias democráticas, muito embora as eleições daquele anos estivessem sido contaminadas por práticas judiciais agora comprovadamente ilegais que tiraram seu principal adversário da disputa. Outra via de contaminação foram as fake news. Não pelo ineditismo, mas pelo volume e capilaridade permitidas pelas redes sociais.
Mesmo com asteriscos, pois o juiz apitou mais para um lado do que para outro, as eleições de 2018 ocorreram no jogo da democracia. E o que faz Bolsonaro depois de eleito? Seguiu flertando com o rompimento institucional, como se isso fosse panaceia para os crônicos problemas brasileiros. Só que é exatamente o contrário. Crê em Bolsonaro seu séquito incauto e fanático. Usa Bolsonaro a elite econômica pragmática que não titubeará em abandoná-lo na hora em que o barco afundar. Aliás, isso já está rolando.
A gestão do governo federal na pandemia vai além de um fracasso retumbante. O presidente e os seus trabalharam pela disseminação do vírus da Covid-19. Quem no governo se negou a corroborar tamanha insensatez, caiu. E Bolsonaro segue sabotando governadores e prefeitos que, desesperadamente, vêm trabalhando para tentar reduzir a maior tragédia sanitária da humanidade em um século.
Sorte do país ter um Congresso e um Supremo Tribunal Federal ainda com forças para conter, pelo menos em parte, esse avanço destrutivo sobre as instituições.
Mas mesmo desgastado pela situação em que pôs o país, o bolsonarismo é forte. Seu fiéis aliados usam o histrionismo, as ameaças e a paranóia difundidas pela poderosa milícia digital para espalhar o caos. Negam a ciência, atacam a imprensa, os defensores do meio ambiente, a sociedade civil organizada, as minorias, enfim, fustigam o arranjo institucional da democracia.
A narrativa enviesada criada e espalhada pela rede bolsonarista sobre o episódio da morte do soldado surtado da PM baiana nesta segunda-feira (29) é mais um exemplo dessa prática. É uma clara tentativa de insuflar as bases das polícias militares contra governadores. Nós capixabas e serranos já sabemos bem onde isso vai parar: no fevereiro maldito de 2017. O motim da PM no ES teve entre seus principais apoiadores o então deputado federal Jair Bolsonaro.
Além das PM´s, o governo Bolsonaro também instiga levante nas bases das Forças Armadas. Tanto que derrubou o Ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo, que se recusou a usar politicamente Exército, Marinha e Aeronáutica para satisfazer o ex-capitão.
Não tem nada de novo na prática de Bolsonaro: o fortalecimento de grupos paramilitares armados (CAC’s e Milícias), o estímulo a quebra de hierarquia nas polícias e forças armadas, a demonização dos adversários políticos, a escolha de ameaças imaginárias como a de uma revolução comunista. A adoção do discurso conservador de Deus, pátria a família. Roteiro já seguido por outros líderes que chegaram ao poder pela via democrática e depois deram golpe.
A radicalização do governo Bolsonaro nesse momento de profunda crise sanitária e econômica torna-se ainda mais grave por conta da proximidade com o 31 de março. A data é carregada de simbolismo que mexe com os saudosistas de um tempo obscuro, que terminou em 1985 com o Brasil mergulhado na pobreza, estagnação econômica e inflação galopante.
Se o intento autoritário de Bolsonaro terá êxito, não se sabe. Mas, de uma forma ou de outra, a história será implacável com ele e com os que o apoiam, pois não há nenhum projeto de construção, só de destruição. A democracia é o pior regime de governo que existe, depois dos outros.
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