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Lideranças avaliam 2017 e apontam perspectivas para 2018

Conceição Nascimento

Denúncias de corrupção, desemprego, aumento nos registros de feminicídios e o retorno de teses conservadoras nas pautas nacional e local. Estes são alguns fatos que marcaram 2017, segundo análise de lideranças ouvidas pela reportagem do Jornal Tempo Novo. Mas além do saldo pouco positivo de 2017, as perspectivas para 2018 são mais otimistas. Confira:

Herminia Azoury, coordenadora estadual de Enfrentamento à Violência Doméstica

A juíza Herminia Azoury avaliou os impactos da Lei Maria da Penha na sociedade. Segundo ela, enquanto legislação, é um arcabouço para o país. Ela lembra que a luta contra a violência doméstica é contínua.

“Em 2017 vimos muitos feminicídios, foi o ano marcado por feminicídios, infelizmente. Mas também foi o ano de despertar para denunciar. Temos lutado no Tribunal de Justiça, através da Coordenadoria, por políticas públicas para convencer as mulheres a denunciar, pois essa era a grande barreira. Em pleno século 21 as mulheres não denunciavam, com receio de apresentar denúncia, de represálias e vergonha. Vimos que tínhamos que trabalhar as causas, pois os efeitos são danosos. No Brasil atualmente, R$ 508 bilhões por ano é o impacto da violência doméstica. No Espírito Santo as mulheres estão denunciando mais, motivadas pelas políticas públicas.

Em 2018 espero que as mulheres denunciem mais, e que os homens estejam conscientizados de que precisam buscar igualdade, e não superioridade. Temos projetos vanguardistas, como trabalhar nas escolas para que crianças que convivem em lares com violência doméstica não sejam homens violentos ou meninas subservientes. Acho que 2018 será um ano de mudanças e conscientização”.

Sérgio Vidigal, deputado federal

O deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) disse que 2017 foi um ano de muita dificuldade, com 14 milhões de desempregados, denúncias de corrupção, o que é ruim para a política brasileira. “Há uma tendência de melhorar a economia no Brasil, pois a economia mundial está melhorando. A perspectiva para 2018 ainda é de um cenário difícil. Sou otimista, mas estou sendo realista. Creio que todas as dificuldades vão ajudar o Brasil lá na frente. Minha expectativa é de que ainda será um ano de dificuldades. O Espírito Santo faz parte do cenário e havendo a retomada de crescimento acaba se beneficiando pelo perfil que temos. Nossa perspectiva é de que a Serra possa crescer economicamente, até acima da média estadual. O grande desafio para 2018 é conseguir conversar melhor com a sociedade e até alertá-la sobre o que faz a gente enfrentar as dificuldades é a experiência, o currículo. O perigo da eleição de 2018 é que fazer a renovação é louvável; o perigo é fazer esta renovação com pessoas que não têm condição de dar a resposta à população. Acho que chegamos no fundo, e a economia vai melhorar, mas não na rapidez que estão falando”.

Odmar Péricles Nascimento, sociólogo

Para o sociólogo Odmar Péricles Nascimento, 2017 foi o ano que a democracia brasileira retrocedeu aos avanços, desde a promulgação da Constituição, em 1988. Neste ano também se constatou o retorno de velhas teses conservadoras, que pareceram ameaçadoras.

“A refluxo dos progressistas, levados pelo desatino do Partido dos Trabalhadores, desde o impeachment da presidente Dilma Roussef, criaram expectativa para o que virá em 2018, focada na eleição geral de outubro.

De toda forma, os indicativos apontam para o distanciamento de programas extremistas de direita e de esquerda, cedendo a arranjos próximos ao pensamento político e econômico, mais ao centro”.

Paulo Hartung, governador do Estado

Em nota, o governador Paulo Hartung (PMDB) avaliou que 2017 foi o período de maior superação e de consolidação de resultados. Disse que  em 2017 a economia capixaba acumula alta de 1,7%, o melhor resultado dos últimos anos. Se olharmos para o Brasil, esse crescimento foi de 0,6%. Ou seja, o Espírito Santo está crescendo mais que o Brasil. A projeção que estamos fazendo é de fechar o PIB deste ano em 2,3%. Também começamos a reverter a curva de emprego, saindo de um saldo negativo para um saldo positivo de novos postos de trabalho.

Disse que 2018 será um ano de oportunidades e de importantes investimentos. Enfim, o Espírito Santo sai  na frente desta crise com um futuro de prosperidade praticamente contratado.

Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 18 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

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