Por Conceição Nascimento / Yuri Scardini
Moradores, lideranças comunitárias e políticas da Serra sede, temem que as movimentações do Tribunal de Justiça no sentido de retirar parte do aparato judiciário que compreende o Fórum Desembargador João Manoel de Carvalho, possa dar início a uma debandada em massa que termine no desmonte econômico da região, a exemplo de Cariacica sede, que foi o centro administrativo da cidade, e com a saída de vários órgãos públicos, a região perdeu importância e sofreu grande desinvestimento.
É o caso de João Falqueto, presidente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps). Ele avalia que ninguém ganha com a saída do Fórum. “É uma âncora para o centro da Serra. Se este órgão sair, outras secretarias, o Ministério Público e um conjunto de atividades correlacionadas, como escritórios de advocacia, podem sair também. A estrutura do comércio desta região depende muito dos órgãos públicos. A saída tende a levar a sede ao esvaziamento. Toda a vizinhança será impactada, direta ou indiretamente”, presume o empresário.
Paulo Sérgio Bertollo, diretor da Associação Comercial da Serra sede, destaca a vocação econômica da região. “É lamentável, um assunto que não deveria ser sequer cogitado. Os três poderes deveriam permanecer na sede do município, e esses boatos nos deixam tristes. Também perdem os donos de imóveis alugados, já que com a saída do Fórum e de outros poderes haveria desvalorização no setor”.
Jean Carlo Cassiano, coordenador da Assembleia Municipal do Orçamento (Amo), que atua na interlocução entre as comunidades e suas principais demandas.
“A saída do Fórum representa a morte lenta dos serviços da Serra-sede. Com isso, o Ministério Público pode ir também e outros poderes. Comércio e serviços sobrevivem em função da presença de funcionários e pessoas que circulam no órgão“, disse Cassiano.