Lincoln fecha acordo e pagará R$ 7 mil de multa por confusão em condomínio de luxo na Serra

O ex-jogador do Flamengo, Lincoln Corrêa dos Santos, e seus pais decidiram aceitar um acordo e pagar uma multa de R$ 7 mil por conta de uma confusão ocorrida dentro do condomínio/bairro Boulevard Lagoa, na Serra. A proposta foi apresentada no 2º Juizado Especial Criminal do Município durante audiência na tarde desta terça-feira (13).

Conforme informado anteriormente pelo Jornal TEMPO NOVO, no processo Nº 0003411-39.2022.8.08.0048, estão citados Lincoln e os seus pais: Luciene Roberta Correa e Josemar Dias dos Santos. O denunciante, Sizenando José Coutinho Braga, acusava os três de ameaça, que, supostamente, teria ocorrido durante uma festa realizada pela família no condomínio de luxo da Serra em dezembro do ano passado.

No entanto, agora, por conta da aceitação do acordo, não haverá denúncia por parte do Ministério Público, ou seja, o valor será pago para que o processo seja arquivado. Vale ressaltar que, a denúncia em si, não foi julgada; desta forma, não há culpados nem inocentes no processo, já que o mérito sequer chegou a ser analisado.

Em documento obtido com exclusividade pela reportagem, o Juiz de Direito, João Patrício Barroso Neto determinou no acordo o pagamento de dois salários-mínimos por Lincoln, Luciene e Josemar. O valor que ultrapassa os R$ 7 mil deverá ser depositado para alguma entidade pública.

Os pais do jogador de futebol estiveram presentes pessoalmente na audiência, Lincoln, no entanto, participou através de chamada do WhatsApp.

O que diz a defesa de Lincoln?

Sobre a aceitação do acordo, o advogado de Lincoln Corrêa – identificado como dr. Luciano Gabeira Brandão – confirmou. “Foi feita uma transação penal. No juizado especial criminal. Antigo juizado de pequenas causas. Crimes de pequeno potencial ofensivo. Antes de discutir o mérito foi feita a proposta de pagar 2 salários-mínimos cada o q foi aceito. Insta pontuar que meus clientes não são acusados”, informou.

Luciano prosseguiu: “não são denunciados. Não são réus. O acordo feito com o ministério público não discutiu o mérito, não definiu culpa, nem tocou no assunto que originou o boletim de ocorrência. Simplesmente aceitarmos uma proposta para arquivar o processo. Pagando um valor determinado e pondo fim ao caso. Sem culpados ou inocentes. Sem reconhecimento de culpa. Sem analisar o mérito”.

Anteriormente, antes da audiência acontecer, o advogado do jogador afirmou que a família sofreu “perseguição” e “preconceito” por parte de moradores do Boulevard Lagoa no tempo em que moraram no condomínio.

Veja a nota na íntegra:

“[Informo] tratar-se de termo circunstanciado motivado por um boletim de ocorrência registrado por um morador do condomínio Boulevard Lagoa atribuindo fatos infundados e inverídicos. O processo de Nº 0003411-39.2022.8.08.0048 está na fase de audiência de conciliação. A defesa também alegou que o jogador e sua família estão sendo vítimas de preconceito e perseguição no condomínio Boulevard Lagoa.”

Entenda o caso

Natural do bairro Feu Rosa, na Serra, o jogador de futebol Lincoln Corrêa dos Santos – ex-Flamengo e atual atacante do Cruzeiro – está enfrentando um processo judicial movido por moradores do condomínio/bairro Boulevard Lagoa, onde também possui uma residência. Lincoln e familiares são acusados de supostas ameaças a um dos moradores; a família por sua vez aponta “preconceito”.

O denunciante acusou a família de “crimes contra a liberdade pessoal e ameaça”. Neste caso, a lei brasileira prevê pena de detenção de um a seis meses, ou multa.

A acusação contra Lincoln e sua família é oriunda de um evento, que seria uma festa de despedida após ser vendido pelo Flamengo para o time japonês, Vissel Kobe. No entanto, a festividade acabou terminando em confusão envolvendo os participantes e moradores do condomínio; necessitando de intervenção policial. O evento aconteceu no dia 27 de dezembro de 2021 dentro da casa do jogador de futebol no condomínio Boulevard Lagoa.

Na ocasião, a polícia chegou a utilizar gás de pimenta para conter os ânimos. A festa não teria agradado os demais moradores, que reclamaram do som alto, mas afirmam ter sido ignorados pelo jogador. Por conta disso, na época, supostamente, houve bate-boca entre a família de Lincoln e a diretoria do residencial. Foi neste momento que as ameaças teriam acontecido, segundo os denunciantes.

Em dezembro do ano passado, a mãe do jogador chegou a conversar com a reportagem e esclareceu os fatos. Segundo Luciene Roberta, o então síndico teria disparado xingamentos contra sua família, o que ocasionou numa “calorosa discussão”.