Agricultores da Serra, Vila Velha e Guarapari começaram a operar nesta semana com uma tecnologia que transforma um problema ambiental em adubo: o lodo de esgoto. O primeiro lote tratado do produto foi distribuído ontem(21) e hoje (21). Uma parte desse lote deve ser distribuído também nesta segunda.
As informações são da assessoria de imprensa da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), que toca a iniciativa em parceria com o Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper). Oito produtores rurais estão recebendo o produto nesta leva e devem aplica-lo em propriedades que variam entre 10 e 36 hectares.
O material é tratado na Serra, onde a Cesan construiu a sua primeira Unidade de Gerenciamento de Lodo (UGL). Fica num terreno anexo à estação de tratamento de esgoto no Civit I.
Processo
Engenheira química responsável pela UGL, Maria de Fátima Lima, disse que o lodo vem da estação de tratamento de esgoto Vale do Mulembá em Vitória, cuja tecnologia permite a obtenção do produto já com um tratamento inicial.
“Na UGL acrescentamos cal e deixamos o lodo maturar. Depois o material é analisado para sabermos se já está apto para a distribuição”, detalha. Fátima explicou também que as estações de tratamento de esgoto do tipo lagoa de estabilização – a maioria das que existem na Serra são assim – não tem viabilidade para operar com essa tecnologia.
O adubo produzido pode ser usado em culturas de mamão, café arábica, café conilon, goiaba, abacaxi, banana, eucalipto, açaí, seringueira, palmeira real, milho e cana-de-açúcar.