Filme de 1975, “O estranho no ninho” consagrou definitivamente o ator Jack Nicholson estrela do cinema mundial. Além do sucesso e cinco estátuas do Oscar, a obra prima revolucionou crítica e debate acerca de como a sociedade lida com o conflito psiquiátrico.
Cena antológica, o bando de internos toma de assalto um ônibus e faz uma divertida viagem de pescaria. Conquanto estarem longe do brilho artístico, mas na busca de holofotes, a desastrada viagem dos senadores brasileiros à Venezuela, se não ridícula, é no mínimo equivocada, tratando-se de intromissão à soberania do país vizinho.
Que o governo do senhor Nicolás Maduro resvala para o culto autoritário, disso se sabe e causa estranheza. Mas quem são os “heróis da democracia verde-e-amarela” que tomam o avião da Força Aérea Brasileira para ditarem normas para além de nossa fronteira?
Liderados por Aécio Neves (PSDB/MG), voaram à Caracas, Aloysio Nunes (PSDB/SP), Cassio Cunha (PSDB/PA), Ricardo Ferraço (PMDB/ES) e até Ronaldo Caiado (DEM/GO), dentre outros. Pasmem, o vexame. Ignoraram códigos, tradições e diplomacia. Os fóruns apropriados, as relações bi e multilaterais, o Mercosul, Conesul e a OEA, órgãos criados para a garantia da autodeterminação dos povos e nações.
A cena dantesca se encerraria no retorno tipo “caiam fora daqui”. Mas aí vem outra viagem faz-de-conta. Desta vez com patrocínio petista (vê se pode!) e liderada pelo carioca Lindberg Faria. Outra sessão “luz, câmera, ação”, e outra farra às custas das tetas da mimosa. Pasmem! Pasmem!
Odmar Péricles Nascimento é sociólogo e analista político