Nos últimos meses, três professores da Escola Estadual Clóvis Borges Miguel, em Serra Sede, foram afastados por denúncias de assédio sexual, que teriam sido praticados pelos profissionais com estudantes da unidade escolar. Dois deles prestaram depoimento na Assembleia Legislativa (Ales) na manhã desta terça-feira (6) e se defenderam das acusações.
Eles fazem parte do trio de três profissionais afastados da unidade escolar. Logo quando as denúncias vieram a tona, era apenas um professor acusado. Mas, na semana seguinte, mães das vítimas procuraram a Assembleia Legislativa (Ales) e fizeram acusações de assédio contra mais dois profissionais – que também foram retirados da escola pela Secretaria de Estado de Educação (Sedu). (Por motivo de segurança, nenhum dos profissionais terá seu nome e informações sobre a matéria na qual ele leciona citadas nessa matéria).
Um dos dois profissionais ouvidos nesta terça (6) confirmou que elogiava as alunas, mas afirma que houve excesso nas acusações das estudantes. “Não houve assédio, mas má interpretação de minhas falas. Acredito que foi uma questão de interpretação. Eu elogiei alunas, mas se tratava de elogios sem cunho sexual, sem intuito de assédio, ou de sair com alguma aluna. Não pratiquei conduta inadequada, nem tive contatos físicos”, afirmou durante a CPI.
Já o outro – que foi acusado de ter enviado mensagens com teor sexual para um estudante da mesma escola – confirmou que enviava as mensagens, mas nega que tinha conteúdo sexual. “Eu e meus alunos sempre tivemos boa relação, com todos os alunos. Acredito que às vezes a gente possa se exceder nas brincadeiras, como acontece com amigos ou família. Mas nunca com intenção sexual, ou assédio. Em nenhum momento eu tive intenção de assediar ninguém”, declarou o professor.
De acordo com a assessoria de imprensa da Ales, após ouvir os dois depoimentos, os deputados encaminharam as denúncias para o Ministério Público, onde solicitaram indiciamento dos investigados. “Pedimos o indiciamento quanto à responsabilidade penal e também improbidade administrativa, independente do desenrolar das investigações da Secretaria de Estado de Educação”, concluiu o presidente da CPI dos Crimes Cibernéticos, deputado Vandinho Leite (PSDB).
Denúncias
As denúncias de assédio sexual foram feitas pelas estudantes, inicialmente, através de cartas que foram espalhadas pela escola. Mas ganhou forte repercussão pelas redes sociais no dia 25 de junho. Ainda na internet, as estudantes dizem que a direção da escola foi omissa quando recebeu as denúncias. Após a repercussão do caso, o primeiro professor foi afastado das suas funções. Mas logo depois, outros dois também foram afastados.
As mães dos estudantes procuraram a Ales para denunciar os assédios. Segundo os depoimentos feitos pelas alunas e suas mães, um dos professores teria pedido para encontrar as vítimas fora da escola, além de fazer elogios e pedir beijo. Ainda há relato de um outro professor que teria assediado um aluno que sofre com deficiência intelectual.
O que diz a Sedu
O TEMPO NOVO entrou em contato com a Sedu que informou que já afastou todos os três profissionais envolvidos nas denúncias, mas disse que a diretora não foi afastada de suas funções na escola. Afirmou ainda que a Sedu irá ouvi-la para dar encaminhamento aos procedimentos necessários.
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