O filme Mad Max, Estrada da Fúria, muito aclamado pela crítica, retrata a situação apocalíptica de como seria o mundo sem água.
A vida infelizmente imita a arte e este cenário não parece estar muito longe da realidade diante da tragédia que aconteceu em Mariana/MG e já está afetando nosso estado.
Durante todo o ano estamos conversando sobre a situação da água. Mesmo antes da tragédia em Mariana, a situação dos rios já estava crítica por causa seca prolongada e das intervenções humanas, como desmatamento, pesca predatória e poluição.
E agora vem esse banho de lama que a empresa Samarco insiste em afirmar que não é tóxica, mas passa destruindo tudo por onde passa, matando imediatamente toda a vida no rio, uma cena que jamais imaginei que viveria para ver.
Os danos irão muito além do que foram divulgados, porque isso vai para o oceano e ele é uma coisa só, está conectado. Do mesmo jeito que as pessoas, embora muitas vivam a ilusão de achar que existe separação, crendo que o que acontece aqui não afeta quem mora lá, e vice-versa.
O fato é que não podemos fazer parte do desespero, mas sim da ação, e fica a lição de que na hora da tragédia, não existem religiões, cores, posições políticas. Somos todos igualmente frágeis e qualquer separação ou preconceito é ignorância, e qualquer agressão à natureza é uma agressão a nós mesmos. O lucro da exploração é uma ilusão, que lucro existe se o mundo deixar de existir? Ou melhor, se o ser humano deixar de existir neste mundo?