YURI
Esta semana os brasileiros voltaram a se abespinhar com a política brasileira. O pivô da controversa estória é novamente o senador Aécio Neves (PSDB), que mesmo diante das contundentes provas que atestam seus atos desonestos, foi mantido no cargo de senador pelos colegas senadores. Nada fora do normal para um país que vive sequencialmente acompanhado de escândalos de corrupção e bandalheira política. Mas de qualquer forma é um capítulo a mais que faz crescer este abismo que separa os políticos e a agenda política brasileira dos anseios populares e da demanda por soluções econômicas, sociais e ambientais.
Na prática, a manutenção de Aécio no cargo só faz crescer a desesperança com a política entre os eleitores brasileiros e intensifica a já graúda crise de representatividade. Neste contexto, o marketing eleitoral vai desenhando seus novos contornos para 2018, pois mais fácil que reconstruir as bases políticas, é dar outra roupagem aos velhos candidatos e as velhas práticas. O político João Dória (PSDB), prefeito de São Paulo é um bom exemplo. Que construiu sua imagem na demagogia da negação da política, e vem caindo nas pesquisas exatamente porque está desnudando sua natureza política.
O marketing político deve seguir por dois eixos: Imagem despolitizada e humanizada do candidato, na tentativa de legitimar-se na função, como se tudo que é político fosse ilegítimo, dada a crise de representatividade e a conotação de criminalização que as palavras “deputado” e “senador” tomaram no imaginário do “eleitor comum”.
Já a humanização é para reduzir a distância entre o eleitor e o político, que virou figura caricata como um vilão da sociedade. Algo como o bem e o mal. Humanizar é necessário para aproximar. O político que é humano, que sofre, que adoece, que vive, que é pai/mãe de família, que pratica esporte. Qualquer forma que transforme a política, que é algo degenerado para o “eleitor comum”, em algo secundário na vida do candidato. A final, política não é profissão no Brasil de hoje?