Quinze vereadores eleitos seguem abraçados em torno de uma causa: a escolha dos novos componentes da Mesa Diretora da Câmara da Serra. A união dos novos parlamentares, entretanto, pode ser abalada quando o assunto é o nome que vai representá-los e assumir o controle da Casa. Enquanto o atual presidente Rodrigo Caldeira (PRTB) tenta manter o grupo coeso em torno do seu nome, já existem alguns insatisfeitos, que podem surpreender e, a exemplo de e 2017, retornar do sítio, em Guarapari, com as mãos dadas, mas se rebelar e apresentar chapa de oposição.
Quem aposta é um observador político da Serra. “Em uma das ausências de Caldeira, basta que um vereador reeleito convença dois ou três colegas novatos a montar uma chapa nova. O grupo está unido para assumir o controle da Casa, mas alguns não querem votar no atual presidente”, avaliou.
Bastidores políticos dão conta também de que o atual prefeito, Audifax Barcelos (Rede) teria jogado a toalha e liberado seus aliados a votar em qualquer nome para comandar o Legislativo, exceto Caldeira. Isso fortalece a teoria de que pode surgir uma chapa alternativa.
Panela de pressão:
“Aquilo está igual a uma panela de pressão”, disse um vereador novato, referindo-se ao clima entre os vereadores que, confinados em um sítio, seguem sobre a vigilância do atual presidente. “Tem vereador que trouxe a família, achando que está numa colônia de férias. Mas a verdade é que, quando o Caldeira se ausenta do grupo, já cresce o movimento para convencer novatos a se rebelares, já que são a maioria”, disse outro parlamentar.
Ouros vereadores procurados pela reportagem negaram que estejam participando das sessões de confinamento para discutir a Mesa Diretora para os próximos dois anos. Um deles, que é professor, comemorou após enviar uma série de fotos, também publicadas em redes sociais, tentando despistar a reportagem, para em seguida confidenciar a diligência para os confrades. O jovem, entretanto, foi traído pela falta de experiência e por um dos colegas ouvidos pela redação do TEMPO NOVO.
Fontes seguras listaram os membros do grupo de confinados, mas todos negam que estejam negociando a eleição dos membros da Mesa para os próximos dois anos.
“Acredito que essa pressão começou cedo demais e que o Caldeira não tem o controle do grupo como pensa. Ocorre que existem dois grupos: um de vereadores ligados a Audifax Barcelos (Rede) e outro com os aliados de Sérgio Vidigal (PDT); mas este grupo [ligado a Vidigal] não tem consenso sobre o candidato a presidente, e Caldeira pode sofrer um revés. Isso porque tem muita rejeição sobre o nome dele”, avisou outro vereador eleito.
A eleição da Mesa:
Os 23 vereadores eleitos serão diplomados no próximo dia 17 e assumem seus mandatos no dia 01 de janeiro. Durante a sessão, logo após a posse, é iniciado o processo de escolha dos novos membros da Mesa Diretora. Em seguida são eleitos os membros das comissões permanentes.
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