Mais de um milhão de brasileiros não compareceram aos postos de vacinação para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19. E na Serra, este número passa de 10 mil. A informação é do prefeito Sergio Vidigal (PDT), em entrevista exclusiva ao TEMPO NOVO.
Segundo o chefe do Executivo, a Serra tem 10.322 doses aguardando quem já foi vacinado com a primeira para tomar a segunda dose.
“Até agora não retornaram; muitos estão ainda no período, mas já poderiam ter voltado. Estão aptos para a segunda dose. A primeira dose chegamos a 62 mil pessoas vacinadas; com a segunda dose, acho que 25 mil que já tomaram a segunda dose. O Governo do Estado divulgou que vai receber o maior lote; já recebeu 12 lotes de vacinas, ao longo desse período. E o lote com o maior número de vacinas chegou no dia 15; em torno de 120 mil doses, de Coronavac”, destaca Vidigal.
Na Serra, uma das motivações para o número de pessoas que não voltaram para tomar a segunda dose, pode ter sido a quarentena que teve a paralisação do Sistema Transcol por duas semanas. A maioria da população utiliza os coletivos para se locomover de bairro a bairro ou de cidade a cidade.
O prefeito falou também do desafio de promover a vacinação da Influenza simultaneamente com a imunização da Covid-19.
“Disponibilizamos esta semana 17 mil doses; é um desafio: tem que usar a unidade para a Covid-19 e para essa população; tem que tomar cuidado, não pode aglomerar. Todos na expectativa de que a vacina vai acabar, mas a influenza não tem problema de quantitativo”, informa.
Durante a conversa com o TN, o prefeito explicou também porque a Serra, mesmo sendo um município mais populoso, não recebe mais doses do que a capital Vitória.
Segundo Vidigal, o Plano Nacional de Imunização (PNI) prioriza as capitais e também o número de idosos de cada cidade.
“Qualquer capital do Brasil tem um percentual de cobertura vacinal muito maior do que as cidades do entorno. Segundo, como vai definindo por fases, quando pega a fase de população mais idosa, a população de Vitória tem um percentual de idosos maior do que a da Serra. Se você pega a população de trabalhadores da área da saúde, Vitória tem muito mais porque lá tem equipamentos de saúde, público e privado, do que a Serra, e acaba tendo um quantitativo maior, mas quando vai avançando isso, vai se igualando. Mas se pegar todas as capitais do Brasil todos têm me média, 16%, 17% de cobertura vacinal feitas da Covid”, explica.
Das 120 mil doses que chegaram ao Estado na noite da quinta-feira (15), Vidigal ainda não sabe dizer quantas virão para a Serra. A quantidade também é definida pelo PNI.
“Não tem previsão de quantas doses receberemos. A única coisa que a gente tem colocado é de que o Governo, ao definir que trabalhadores da área de segurança, da área de educação passam a ser também prioritários, o Governo vai usar um quantitativo de reservas que tem para não comprometer o que a gente vai receber pelos protocolos definidos pelo Plano de Imunização, que é faixa-etária, comorbidades”.
No Brasil, alguns municípios se uniram com o propósito de comprar vacinas diretamente dos laboratórios. Vidigal informou que a Serra gostaria de comprar de forma direta o imunizante, pois trata-se de investimento e não de gasto.
“A gente gostaria muito se pudesse fazer a aquisição porque isso não é gasto, é investimento. E infelizmente, nós entramos em um consórcio, que foi feito por meio da Federação Nacional de Municípios. Nós participamos. Até o momento, tem muito movimento, gente dizendo que tem vacina para vender, mas até agora essas vacinas não foram liberadas pela Anvisa. A única coisa nova que surgiu foi a decisão do Lewandowski no dia 13, provocada pelo governador do Maranhão, em relação à Sputnik, que ele coloca, se a Anvisa não definir até o final de abril sobre o licenciamento ou não da vacina dá liberdade ao Governo do Maranhão para fazer a aquisição. Por decisão judicial, a única expectativa que a gente tem, a curto prazo, para aquisição”.
Por falar em Sputnik V, a vacina russa possui fábrica no Brasil – a União Farmacêutica, o que em tese facilitaria a compra do imunizante. “A preocupação nossa também é com esse monte de marca de vacina, é de dar trabalho da primeira para a segunda dose; tem que ter uma organização com cuidado. A da Johnson, que é uma dose só, mas estão revendo nos Estados Unidos; mandaram suspender para avaliação em relação aos efeitos colaterais que estariam trazendo”.
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