Cento e setenta mil animais estão vivendo em abrigos e em lares de protetores independentes no Brasil, segundo dados do Instituto Pet Brasil. Na região Sudeste é onde está concentrado o maior número de bichos abrigados, cerca de 46%.
Na Serra, um levantamento feito pelo TEMPO NOVO juntamente com a ong Associação Amigos dos Animais (Adada) aponta que há cerca de 2.250 animais distribuídos em 60 abrigos.
O levantamento de parte deste número vem da Adada, que mensalmente doa ração para uma média estimada de 1.400 animais, entre cães e gatos. Os dados da ong são de janeiro deste ano. Já os outros números foram conseguidos pela reportagem que entrou em contato com diversos abrigos e protetores independentes do município.
Segundo Maria da Glória Cunha, presidente da Adada, os protetores fazem cadastro dos animais e só após avaliação do abrigo e do tutor é que a ração é liberada. “Não conseguimos suprir a necessidade total de ração que cada abrigo necessita, mas o que doamos já é uma grande ajuda”, destaca.
A Serra tem em torno de 75 mil animais, segundo dados da Prefeitura da Serra. Destes, cerca de 15 mil cães estão abandonados nas ruas. Os gatos são em torno de 11 mil, sendo 10% em situação de rua. Em 2018, a prefeitura vacinou 59.427 cachorros contra a raiva e 9.459 felinos.
Um dos animais que foi resgatado e que hoje vive num abrigo de Jacaraípe é a cadela Joaquina. A cachorra foi abandonada doente, com cinomose e parvovirose, ainda filhote em Jacaraípe, na porta de uma protetora. Joaquinha lutou ao lado de sua cuidadora Edmaura Fonseca e sobreviveu a doença. Ela acabou virando um dos xodós e mascotes do abrigo. “Foi uma luta muito grande para salvar a Joaquina. Abandonaram ela muito bebê ainda com uma corda amarrada em sua cintura e bastante doente. Foram dias de noites em claro e de medicação e dedicação para salvá-la”, destaca.
Assim como Joaquina, em cada abrigo da Serra tem animais que passaram por situação de maus-tratos. Vale lembrar, na Serra, existem duas ongs registradas, a Adada e o Ame um Pet. Nenhuma das duas instituições, assim como nenhum dos abrigos recebem ajuda do poder público.