O Brasil será o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos em programas nacionais de imunizações.
A partir de janeiro do próximo ano, o Ministério da Saúde passa a disponibilizar a vacina contra o HPV para a população masculina de 12 a 13 anos na rotina do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS).
No Espírito Santo, serão 63,6 mil meninos beneficiados de 12 e 13 anos, além de 6,4 mil jovens entre 9 e 26 anos vivendo com HIV/aids.
O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, nesta terça-feira (11), em Brasília (DF).
A faixa-etária do público-alvo será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos os meninos com 9 anos até 13 anos. A expectativa é imunizar mais de 3,6 milhões de meninos em 2017, além de 99,5 mil crianças e jovens de 9 a 26 anos vivendo com HIV/aids, que também passarão a receber as doses. Para isso, o Ministério da Saúde está adquirindo seis milhões de doses, ao custo de R$ 288,4 milhões. Não haverá custos extras para a pasta, já que neste ano, com a redução de três para duas doses no esquema vacinal das meninas, o quantitativo previsto foi mantido, possibilitando a vacinação dos meninos. Assim, o Ministério continua com a mesma determinação, que é de fazer mais com os mesmos recursos financeiros.
Já a ampliação da vacina contra meningite C para os adolescentes, de ambos os sexos, só foi possível a devido à economia de R$ 1 bilhão nos primeiros 100 dias do governo, a partir da revisão de contratos e redução dos valores de alugueis e outros serviços. Parte desses recursos, R$ 227 milhões, está sendo investida na produção nacional da vacina pela Fundação Ezequiel Dias e, assim, na ampliação da oferta.
Foram adquiridas 15 milhões de doses, a um custo de R$ 656,5 milhões. O objetivo é reforçar a eficácia da vacina meningocócica C, uma vez que, com o passar dos anos, pode haver diminuição da proteção após a imunização, que acontece na infância. A vacinação será ampliada para adolescentes (sexo feminino e masculino) de 9 a 13 anos, gradativamente, entre 2017 e 2020. No próximo ano, serão incluídos adolescentes de 12 a 13 anos e, a cada ano, será acrescida nova faixa etária em ordem decrescente.
A meta é vacinar 80% do público-alvo, formado por 7,2 milhões de adolescentes. No estado do Espírito Santo, o público-alvo será de 125,3 mil meninos e meninas. Além de proporcionar proteção aos adolescentes, a ampliação alcançará o efeito protetor da imunidade rebanho; ou seja, a proteção indireta das pessoas não vacinadas em decorrência da diminuição da circulação do vírus. O esquema vacinal para esse público será de um reforço ou uma dose única, conforme a situação vacinal.
Atualmente, essa vacina é ofertada no SUS para crianças, aos três, cinco e 12 meses. A média anual de cobertura é de 95%, tendo alcançado em 2015 o índice de 98,2%.
Como será a oferta da HPV
O esquema vacinal para os meninos contra HPV será de duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de HIV, é necessário apresentar prescrição médica.
Atualmente, a vacina HPV para meninos é utilizada como estratégia de saúde pública em seis países (Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico e Panamá). Portanto, o Brasil assegura a sétima posição e a vanguarda na América do Sul. A vacina é totalmente segura e aprovada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Fonte: Ministério da Saúde