Política

Majeski diz que convite de Audifax para se filiar à Rede é “atraente”

Makeski disse que relação com Audifax é cordial e critica Governo Casagrande. (Foto: Reinaldo Carvalho)

O destino do deputado Sérgio Majeski é uma das dúvidas na eleição de 2020. Apesar de ter sido o mais votado para a Assembleia Legislativa no ano passado, seu partido, o PSB, não dá sinais de que dará legenda ao deputado para ser candidato a prefeito de Vitória. Isso tem gerado especulações no bastidor político. A Rede, liderada pelo prefeito Audifax Barcelos, fez um convite para trazer Majeski. Se acontecer, além de Fabiano Contarato, o partido vai somar mais um campeão de voto em 2018, o que pode dar fôlego para um projeto estadual capitaneado por Audifax. Nesta entrevista, ele comenta sobre as costuras para 2020, faz críticas ao PSB e ao governo de Renato Casagrande, o qual, segundo o deputado, fez “loteamento” na máquina pública e não investiu o mínimo constitucional na área da educação.

Você foi um crítico muito intenso na gestão do ex-governador Paulo Hartung (sem partido). Como você avalia o atual governo de Casagrande, que, em tese, seria politicamente o antagonista à Hartung?

O Governo do Estado tem anunciado muitas obras, mas nós carecemos, ainda, de entender os projetos para o futuro. A questão da educação, por exemplo. Ele continua não cumprindo os 25% obrigatórios na educação, o que é inconstitucional. Vamos ver se a partir do ano que vem o Governo vai reabrir grande parte das escolas e dos turnos que foram fechados. Isso é muito importante. Vamos ver de agora para adiante para fazer uma avaliação mais contundente.

Você citou uma similaridade entre as duas gestões (Casagrande e Hartung) que foi a questão de investimento em educação. Quais são as diferenças substanciais em relação ao projeto dos dois?

A maior diferença é a questão do diálogo. Com Hartung, era impossível praticamente qualquer tipo de diálogo. A outra questão é que Hartung, nos quatro anos dele, governou muito mais para criar uma imagem do grande administrador lá fora do Espírito Santo, em vez de se preocupar em resolver os problemas do Estado. Em nome de um pseudo-equilíbrio fiscal, Hartung sucateou a infraestrutura, a educação, a saúde e a segurança. Então, Casagrande tem um olhar mais efetivo no sentido de tentar amenizar os problemas que têm aqui dentro.

Apesar do seu bom desempenho nas urnas em 2018 (foi o mais votado para a Assembleia), aparentemente o PSB não encampou sua candidatura a prefeito. Por quê?

Sei que tem pessoas no PSB que defenderam essa candidatura; especialmente aquelas que têm ligação histórica com o partido. Eu não seria o candidato ideal na maioria das siglas justamente pelo meu posicionamento de não ser corporativista. Esse tipo de eleição é mais uma disputa de poder do que de projeto. E o que eu ofereço é uma nova postura política. Quando troca de poder em uma prefeitura, muda pouca coisa; a forma comportamental é muito parecida. Quem está fora critica quem está lá porque loteou a prefeitura. A pessoa ganha, demite os comissionados do outro e loteia da mesma forma. Como prefeito, eu jamais faria isso, porque eu primo pela competência.

Isso também acontece no atual Governo do ES?

O Governo estadual – aqui no ES e nos outros estados – não é diferente. É completamente loteado por aliados políticos; o que, na minha visão, é péssimo e vejo isso como um problema sério para a administração pública. Talvez em função disso, muita gente não vê com bons olhos a minha candidatura, porque pensa assim: ‘se ele for prefeito de Vitória, o que eu vou lucrar com isso, se ele não é adepto a essa questão de troca de cargo e toma lá dá cá?’. É claro que no mundo político você tem que pensar, às vezes, de forma mais pragmática, e que fazer acordos políticos é necessário; mas existe uma linha da ética, da transparência para isso. Talvez seja um pouco por isso, não sei.

Olhando em perspectiva, sua ida para o PSB foi o melhor movimento?

Eu não sei. A questão partidária no Brasil, de uma forma geral, é muito ruim. Os partidos não se renovam; eles têm dono e não são democráticos. De forma geral, os partidos não entenderam os recados das ruas ainda. Não sei se tivesse ido para qualquer outro partido teria sido melhor que o PSB. Por outro lado, o partido não me pressiona para ter outro posicionamento; isso é relativamente positivo.

Você recebeu convite para se filiar à Rede e ser candidato a prefeito em Vitória? Vai aceitar?

Sim, o convite foi feito. Quem me fez o convite foi Roberto Martins (vereador de Vitória). Segundo ele, o convite é feito em nome do Audifax. É um convite atraente; já era um desejo disputar a prefeitura da Capital. Mas, legalmente, eu não posso sair; tenho que aguardar a janela e, no ano que vem, é só para vereador. Poderia tentar um acordo com o PSB, mas tudo isso está longe de ser resolvido. O destino ainda não está definido.

Como é a relação com Audifax?

Conheço o Audifax e tenho uma relação amigável com ele, mas não tenho uma relação constante. Falei com Audifax poucas vezes. Tenho uma relação cordial com ele.

Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 18 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

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