Por Bruno Lamas
(Único deputado estadual da Serra, na Assembleia Legislativa)
A corrupção é histórica no país. Prova disso que, em 1548, o português Pedro Borges, Corregedor de Justiça, condenado pelo desvio de recursos em uma cidade lusitana, foi nomeado por Don João III para o cargo de Ouvidor-geral do Brasil. Este cargo seria equiparado à função de Ministro da Justiça hoje em dia.
A corrupção sistêmica envolvendo o setor público e privado tornou-se prática comum em nossa nação, com o reiterado pagamento de propina. Como exemplo recente, podemos citar esquemas fraudulentos, tais como: Petrolão, Mensalão, Valerioduto, Correios, entre outros, frutos de profunda investigação por parte da Polícia, Ministério Público e Justiça Federal.
A crise moral, política e econômica instalada na nação está fortemente alicerçada na prática da corrupção. Em alguns países, esse tipo de crime leva até à pena de morte.
Infelizmente, no Brasil, os corruptos pouco temem as leis. O que realmente os assustam e os inibem é a execração pública. Daí a importância do papel da sociedade civil organizada na reconstrução da moral desta nação.
O combate tem sido promovido com atitudes de homens corajosos como o Juiz Sérgio Moro, na operação Lava-jato. Ou mesmo de instituições como a Polícia Federal, que tem feito com várias ações de enfrentamento à corrupção. A mais recente foi à operação Catilinárias, que cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas e escritórios de caciqueis da política brasileira.
A corrupção é um mal a ser combatido. O momento atual oferece oportunidade de mudança e, desperta repúdio à propina e a necessidade de que o Poder Público promova ações concretas e reais de combate a esse mal.
Um gestor honesto deve pautar sua administração na transparência e meritocracia. Deve reforçar e respeitar sempre a posição dos seus órgãos de controladoria e instâncias jurídicas.
Pelo Brasil afora, ainda encontramos casos em que as abundantes receitas extraordinárias dos royalties de petróleo, ao invés de retirar crianças das ruas e colocá-las em boas escolas, ajudam a enriquecer maus brasileiros, aprofundando o abismo social, a fome e a miséria entre o nosso povo.
Os políticos jovens que emergem na liderança dos partidos e que pouco a pouco assumem o lugar da velha geração, não podem seguir o caminho das velhas práticas ruins.