Por Bruno Lyra
Com obras paradas há quase dois anos, a rodovia do Contorno de Jacaraípe (trecho da ES 010 que ligará ao balneário de Nova Almeida pelo interior) voltou a ser palco de uma nova tentativa de invasão das margens e dos terrenos entre os bairros lagoa e Conjunto Magistrado. Na última terça-feira (24), pessoas faziam a demarcação de lotes com estacas retiradas da vegetação que há no local e fitas plásticas. Alguns também já começavam a pôr fogo na vegetação rasteira capinada no interior dos lotes e as primeiras cabanas precárias já estavam sendo erguidas.
A invasão abrange todo o trecho que foi aberto pelas obras na região de Jacaraípe. Há um trecho da estrada também aberta nas proximidades de Nova Almeida, mas que ainda não foi ligado ao pedaço de Jacaraípe, pois as obras pararam no final de 2014, antes que isto pudesse acontecer.
Sob a condição de não ter o nome divulgado, o Dono de uma fazenda próxima ao trecho já aberto da estrada de Jacaraípe, disse que a movimentação dos invasores começou há cerca de uma semana. Ele teme que os invasores possam chegar ao seu terreno, ou mesmo a desvalorização da região caso se consolide uma ocupação desordenada.
Quem também tem propriedades na área invadida é a Fíbria, que planta eucaliptos na região para abastecer a sua fábrica de celulose em Aracruz, no litoral norte do ES. Na outra vez que as margens do Contorno de Jacaraípe foram invadidas, em setembro do ano passado, os terrenos mais afetados foram os da Fíbria.
Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Serra (Sedur) disse que já retirou os invasores três vezes e segue monitorando a região. A Sedur diz também que, por ser uma área particular, já acionou o proprietário para manter a vigilância do local e que seguirá monitorando a situação.
Já a assessoria de imprensa do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-ES) diz que uma equipe do órgão vai ao local para ver se as invasões não estão na faixa de domínio da estrada, que é de 14 metros em cada margem. Caso confirme o fato, embargará e notificará os responsáveis. Quanto à retomada das obras, não há previsão por falta de dinheiro.
A Fíbria foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou até o fechamento desta edição às 18h da última quarta-feira (25).