Com a entrega prometida para as “próximas semanas”, o Hospital Materno Infantil – construído pela Prefeitura da Serra em Colina de Laranjeiras e assumido pelo Governo do Estado – será gerido pelo grupo privado Associação Evangélica Beneficente Espírito Santense (Aebes), assim que for inaugurado, data essa que é incerta. A empresa é a mesma responsável pela gestão do Hospital Dr. Jayme dos Santos Neves, em Morada de Laranjeiras.
A afirmação foi dada ao TEMPO NOVO, com exclusividade, pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). De acordo com o Estado, a maternidade será integrada ao “Complexo Hospitalar Dr. Jayme dos Santos Neves”, composto pelo hospital em Morada, e agora, também pela unidade construída pela Prefeitura da Serra. Por esse motivo, a gestão será feita pela Aebes, que já compõe um grupo de trabalho para definir a agenda de transição.
Apesar da prefeitura afirmar que irá entregar o hospital pronto, a Secretaria da Saúde informou que ainda são necessárias aquisições de equipamentos e outras adequações na instalação da unidade para viabilizar o início das atividades. Dessa forma, não há uma data específica para o início do funcionamento da maternidade, que custou aproximadamente R$ 100 milhões.
No dia 10 de agosto, a prefeitura disse à reportagem que a inauguração da maternidade seria “nas próximas semanas”, mas não definiu quando será esse dia. Além disso, também não quis especificar se a partir dessa data (indefinida), a unidade já estaria em pleno funcionamento, o que parece que não deve acontecer, já que ainda faltam equipamentos, que serão adquiridos pela Associação Evangélica.
Conforme noticiado, por conta do tamanho do hospital, havia dúvidas de como a prefeitura iria colocar a maternidade para funcionar, uma vez que o custeio anual gira em torno de R$ 100 milhões (valor semelhante a estimativa do custo total da obra). Por isso, o Município propôs ao Governo do Estado para que a gestão do novo hospital fosse estadualizada.
Há quatro semanas, por meio das redes sociais, o governador Renato Casagrande (PSB) confirmou que o Estado acatou a proposta da Prefeitura, entretanto não anunciou data para o início dos trabalhos. “Informei ao prefeito da Serra que o Estado aceita receber o Hospital Materno Infantil. Nosso objetivo é transferir a maternidade de alto risco do Jayme para liberar mais leitos para o tratamento da Covid-19”, destacou o governador na ocasião.
De acordo com a Prefeitura da Serra, o hospital, que recebeu o nome de Maria da Glória Merçon Vieira Cardoso, vai atender 8.700 gestantes por ano e realizar 725 partos por mês. Mulheres e crianças da Serra, de outros municípios capixabas e até de estados vizinhos, como Bahia, vão ser atendidas. O nome foi escolhido por meio de enquete popular realizada no site da Prefeitura da Serra.
A previsão inicial era que fossem oferecidos 135 leitos, mas com a pandemia do novo coronavírus, o Governo do Estado aceitou a proposta da prefeitura e transferiu os leitos de maternidade do hospital estadual Jayme Santos Neves para o Materno. Com isso, serão oferecidos 176 leitos.
A maternidade funcionará de porta aberta e receberá casos de risco habitual, ou seja, partos de baixa complexidade. As mamães serão acolhidas e classificadas, conforme suas necessidades. A Política do Parto Humanizado está garantida com, por exemplo, a inserção do acompanhante no processo de atendimento ao bebê e à gestante. Haverá, ainda, leitos PPP: Pré-parto, Parto e Pós-parto, ou seja, a gestante permanece no mesmo local até sua alta.
A área do Hospital Materno Infantil é equivalente ao tamanho de dois campos e meio de futebol. A estrutura é composta por três pavimentos distribuídos em assistência materno-infantil e serviços de apoio diagnóstico e terapêutico. Vale lembrar que essa é a maior obra pública da Serra.
Contratações serão feitas pela Aebes
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que a contratação de pessoal será feita pela AEBES e divulgada em momento oportuno.