Surfando a onda do sucesso nacional nas eleições deste ano, o Movimento Brasil Livre (MBL) quer se articular nos municípios para alavancar o grupo visando o pleito de 2020. A intenção segundo eles é ajudar no processo de renovação nas Câmaras Municipais. Naturalmente a Serra está no radar dos jovens, que apontam “má qualidade” e “alto custo” do Legislativo da cidade, além de defender aproximação da Câmara da Serra com os anseios da população.
Darcy Júnior é morador de Serra Sede e Coordenador do MBL no Espírito Santo, ele acredita que a onda de renovação observada a nível nacional vai abarcar os municípios na eleição de 2020. “O brasileiro acordou, é irreversível. Não dá para mudar o país sem mudar as cidades. Então o MBL quer entrar com tudo nos debates para 2020. Essa Câmara da Serra está desconectada com a realidade. Ficaram anos brigando por poder, por cargos, por privilégios, enquanto a população está alheia a tudo isso e sofrendo com a falta de atenção do Poder Legislativo, que deveria ser os seus representantes diretos”, avalia Darcy.
O jovem serrano diz que o grupo já conta com cerca de 40 membros no município em poucos meses de atuação, e a intenção é lançar um candidato a vereador para “qualificar” o debate na Câmara, além de participar dos debates para o Executivo. “Nosso projeto é coletivo, não tem essa de caciques que dominam partidos, não compactuamos com esse toma lá da cá que prostituiu as relações do Legislativo com o Executivo. Vamos lutar contra corrupção e contra gastos desnecessários, essa velha política degenerada. Onde já se viu uma Câmara com 23 vereadores gastar mais de R$ 30 milhões por ano. Qual o retorno desse dinheiro para a população? O que esses parlamentares produziram? A Câmara tem uma qualidade baixa à um custo muito alto. A população não aceita mais isso”, criticou Darcy.
Perguntado sobre filiações em partidos, uma vez que o MBL não é uma sigla partidária, Darcy disse que ainda está em debate dentro do grupo, mas descarta a filiação em partidos de esquerda e que orbitaram os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff. “Eles quebraram o Brasil, ficaram 13 anos no poder com uma política econômica insustentável e uma demagogia sem tamanho. Agora está todo mundo preso por corrupção e se dizem vítimas”, disparou.
O MBL nasceu como fenômeno virtual nas redes sociais e tomou corpo durante as manifestações contra a ex-presidente Dilma e posteriormente o impeachment, onde foram muito expressivos na condução de manifestações de rua e grupo de pressão na internet. Aos 22 anos, Kim Kataguiri (DEM), um dos cabeças do movimento, estreou na política eleitoral se elegendo deputado federal com 465,3 mil votos, o quarto melhor desempenho em São Paulo. Além dele o MBL elegeu mais quatro deputados federais e dois senadores, além de vereadores eleitos em 2016.